ATA DA NONAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 17-11-2004.
Aos dezessete dias do mês de novembro de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Cláudio
Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela Maffei e Raul Carrion. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Pestana,
Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Gerson Almeida, Helena Bonumá,
Isaac Ainhorn, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e
Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou
abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, o Pedido de Informações nº 163/04 (Processo nº 5269/04); pelo
Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº 2075/04 (Processo nº
5297/04); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos
2073, 2074, 2076, 2077 e 2078/04 (Processos nos 5291, 5295, 5313,
5314 e 5315/04, respectivamente) e os Projetos de Lei do Legislativo nos
219, 220, 223 e 224/04 (Processos nos 5279, 5280, 5294 e 5296/04,
respectivamente); pela Vereadora Maristela Maffei, o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 001/02 (Processo nº 001/02); pelo Vereador
Sebastião Melo, o Pedido de Providências nº 2072/04 (Processo nº 5283/04).
Também, foi apregoado o Ofício nº 420/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 051/04 (Processo nº
5307/04). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 369, 370, 376, 377
e 386/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nos
112/04, discutido pela Vereadora Maristela Maffei e pelo Vereador Guilherme
Barbosa, e 116/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos
Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 207, 209, 211/ e
208/04, este discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Cláudio Sebenelo;
em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução n° 114/04, discutido pelos Vereadores João
Antonio Dib, Maristela Maffei, João Carlos Nedel e Guilherme Barbosa. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria Luiza discursou sobre o resultado da
última eleição municipal em Porto Alegre, agradecendo seus eleitores pela
votação recebida e exaltando a performance atingida pelas candidatas do Partido
Trabalhista Brasileiro nesse pleito. Nesse sentido, aprovou a eleição do
ex-Senador José Fogaça para a Prefeitura de Porto Alegre, defendendo a
participação, na condução do Governo Municipal, dos Partidos Políticos que
apoiaram essa candidatura. O Vereador Ervino Besson relatou a visita ao
gabinete de Sua Excelência, hoje pela manhã, dos pais da menina Daiane da Silva
Silva, de cinco anos de idade, desaparecida no dia oito de novembro do corrente,
no Centro de Porto Alegre. Em relação ao assunto, discorreu acerca do sofrimento
pelo qual estão passando os pais dessa criança, manifestando sua preocupação
com esse desaparecimento e desejando que ela retorne o mais rapidamente possível
ao convívio de seus familiares. O Vereador João Antonio Dib dissertou acerca
dos problemas enfrentados na área da saúde pública em Porto Alegre, indagando o
Governo Municipal sobre a destinação dada às verbas encaminhadas à Prefeitura pelo
Ministério da Saúde. Também, criticou medidas tomadas recentemente pela Administração
do Grupo Hospitalar Conceição, a qual determinou a remoção de uma Unidade de
Tratamento Intensivo recém instalada por esse Grupo no Hospital Fêmina. O
Vereador Sebastião Melo externou sua insatisfação com a qualidade da prestação
de serviços pela Previdência Social, questionando a importância da reforma
realizada no sistema previdenciário brasileiro e censurando o volume de verbas
destinado à publicidade pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Ainda,
afirmou que a carga tributária do Brasil é muito elevada, sustentando que os
benefícios oferecidos, em contrapartida, pelo Governo Federal à população são
insuficientes. Na ocasião, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca
da apresentação de Requerimentos de votação em destaque de matérias apostas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, que trata do Orçamento Municipal para
dois mil e cinco. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz contestou
permuta realizada entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a Companhia
Estadual de Energia Elétrica – CEEE, em dois mil e dois, de um terreno
localizado na Avenida Loureiro da Silva por índices construtivos. Também,
alegou que essa operação deveria ter sido aprovada nesta Casa e mencionou Ação
Popular movida contra o Governo Municipal, a qual questiona essa permuta. O Vereador
Carlos Pestana aludiu à notícia publicada no jornal Zero Hora de hoje,
intitulada “Assessores recebem verbas sociais”, que afirma que Assessores de
Deputados Estaduais teriam sido contemplados com recursos assistenciais,
destacando, entre eles, o Chefe de Gabinete do Vice-Prefeito eleito, Eliseu
Santos. Nesse contexto, propugnou pelo esclarecimento do assunto e defendeu o
repúdio público, por parte dos Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre,
a esses fatos. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento
verbal, solicitando que a Mesa Diretora encaminhe Moção de Repúdio à Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, pelo recebimento indevido de
recursos assistenciais por parte de assessores de Deputados Estaduais, tendo o
Vereador Sebastião Melo manifestado-se sobre o assunto. Em prosseguimento, foram
apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos nos termos do artigo 120,
inciso VI, do Regimento, deferidos pela Senhora Presidenta, em relação ao
Projeto de Lei do Executivo nº 047/04 (Processo nº 4837/04): de autoria do
Vereador Sebastião Melo, solicitando votação em destaque para as Emendas nos
40, 44, 45, 48, 49, 50, 51, 52 e 53; de autoria do Vereador Beto Moesch,
solicitando votação em destaque para as Emendas nos 59, 60, 61, 62,
63, 64, 65, 66 e 67. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada
a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Maria
Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo n° 015/03, por vinte e um votos SIM, após ser
discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Guilherme Barbosa,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado os
Vereadores Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ervino Besson, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Maria Luiza,
Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Na oportunidade, a Senhora
Presidenta registrou a presença de alunos e dos Professores Juliano Alvim, Lisiane
da Silveira e Mara da Rosa, do Colégio Farroupilha, presentes a este
Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo
Memorial desta Casa. A seguir, por solicitação do Vereador Sebastião Melo, foi
realizada a leitura da ementa do Projeto de Lei Complementar do Executivo n°
003/04. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Reginaldo Pujol,
solicitando que a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 003/04 (Processo nº 3798/04), fosse dispensada do envio à apreciação
de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei Complementar do Executivo n° 003/04, com ressalva da Emenda a ele
aposta, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo e Juarez Pinheiro.
Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
n° 003/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei
do Legislativo n° 193/04, por vinte e quatro votos SIM, tendo votado os
Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ervino
Besson, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Helena Bonumá,
João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Sofia Cavedon e
Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de
Resolução n° 107/04 e o Projeto de Lei do Legislativo n° 170/04. Em Discussão
Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 017/01, o qual, após
ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo e Reginaldo Pujol, teve a sua
discussão adiada por três Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador
Carlos Pestana. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr.
Goulart, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando votação em destaque para
a Emenda n° 25 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 047/04 (Processo nº
4897/04). Ainda, foi apregoada a Emenda nº 01, proposta pelo Vereador João
Carlos Nedel e assinada pelo Vereador Beto Moesch, Líder da Bancada do PP, ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 085/01 (Processo nº 1605/01). Foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando que a Emenda
nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 085/00 (Processo nº 1605/01),
fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 085/01, com
ressalva da Emenda a ele aposta, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião
Melo, Luiz Braz, João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Elói Guimarães, Guilherme
Barbosa, João Antonio Dib e Beto Moesch. Durante a apreciação do Projeto de Lei
do Legislativo nº 085/01, o Vereador Cláudio Sebenelo cedeu seu tempo de
discussão ao Vereador Sebastião Melo. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo
formulou Requerimento Verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
cópia do Projeto de Lei do Legislativo nº 142/01, de sua autoria, que institui
linha especial de serviço de lotação para atendimento do Bairro Belém Novo,
referido pela Vereadora Maristela Maffei, durante a discussão do Projeto de Lei
do Legislativo n° 085/01. Também, em face de Questão de Ordem formulada pelo
Vereador Sebastião Melo, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos a
respeito do teor da Emenda n° 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº
085/01 (Processo nº 1605/01). Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de
Lei do Legislativo n° 085/01. Na oportunidade, por solicitação da Vereadora
Maristela Maffei, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
Senhor Yasser Arafat, ex-Presidente da Autoridade Nacional Palestina, falecido
no dia onze de novembro do corrente. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados
o Projeto de Resolução n° 078/04, o Projeto de Lei do Legislativo n° 162/04 e o
Projeto de Resolução n° 025/04. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo n° 007/04,
considerando-se prejudicado o Projeto original. Durante a apreciação do Projeto
de Lei do Legislativo nº 007/04, a Vereadora Margarete Moraes afastou-se da
Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. A seguir, a Senhora
Presidenta registrou a presença da Senhora Nara Maria Jurkfitz, Presidenta da
Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais – ABRASCAM e do
Senhor Heraldo da Costa Reis, Professor da Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ, anunciando a participação de Suas Senhorias no Seminário
“Encerramento do Exercício e Prestação de Contas”, que está sendo realizado
neste Legislativo. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do
Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 343/03 (Processo nº 4449/03). Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 343/03, o qual recebeu dez votos SIM
e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Carlos
Pestana, Sofia Cavedon, Maristela Maffei, Cláudio Sebenelo, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol e Juarez Pinheiro, em votação nominal solicitada pelo Vereador
João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana,
Helena Bonumá, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Maria Luiza, Professor Garcia,
Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Cláudio Sebenelo e João Antonio Dib, votação esta declarada nula
pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Durante
a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 343/03, o Vereador Ervino
Besson cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Sebastião Melo. Também, durante
a discussão desse Projeto, por solicitação do Vereador Sebastião Melo, foi
realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Às
dezoito horas e trinta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador
Ervino Besson e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Ervino
Besson. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. N.º 4971/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 112/04, de autoria da Vera.
Margarete Moraes, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à
Senhora Leci Soares Matos.
PROC. N.º 5036/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 207/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que denomina Praça Hercílio
Ignácio Domingues um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila
Conceição.
PROC. N.º 5049/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 208/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Lelis Leo Garcia
Espartel um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova
Ipanema Green.
PROC. N.º 5067/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 209/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Michael Motta Seelig
um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.
PROC. N.º 5090/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 211/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão
de Porto Alegre ao Magistrado Militar Clyton Baptista Ruperti.
PROC. N.º 5292/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 116/04, de autoria da Mesa
Diretora, que concede o título honorífico de “Cidadão Integração de Porto
Alegre” ao Senhor Jorge Carlos Ribeiro.
3.ª
SESSÃO
PROC. N.º 5207/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 114/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera o texto em vigor da Resolução n.º
1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre).
Com Emenda n.º 01.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores; nossa Presidenta
já mencionou que temos seis novos Projetos em Pauta denominando logradouros e
concedendo Títulos Honoríficos, que, sem dúvida nenhuma, serão apreciados, pelo
menos a maior parte deles, no próximo ano. Inclusive este Vereador sugeriu o
Título Honorífico de Cidadão Integração de Porto Alegre - mas que deve ser
proposto através da Mesa - ao Embaixador Jorge Carlos Ribeiro. Ele é chefe do
escritório de representação do Ministério de Relações Exteriores do Rio Grande
do Sul desde 1995. Recentemente fez, aqui na Câmara, para alguns Vereadores,
uma palestra que nos deixou encantados, mostrando o que é o Mercosul e o
trabalho desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores para que nós
cheguemos a uma conclusão favorável ao Brasil. Portanto, essa homenagem é muito
merecida, principalmente no momento em que se encerra a carreira do Embaixador,
ele vai deixar a representação no nosso Estado.
Também está no
último dia de Pauta a alteração do Regimento desta Casa. Como eu disse na
Sessão anterior, é difícil analisar o que foi proposto, porque, no momento em
que foi entregue aos Srs. Vereadores a cópia das proposições da Mesa e da
Diretoria Legislativa, imediatamente, começaram a aparecer outras Emendas.
Portanto, nós vamos ter que aguardar o conjunto das Emendas.
No próximo
ano, nós teremos 36 Vereadores na Casa do Povo de Porto Alegre. Dois deles
exerceram mandato de presidência: um presidiu a Câmara Federal e o outro
presidiu a Assembléia Legislativa. Uma das Emendas que eu gostaria de colocar -
tentei outras vezes, não consegui, mas talvez com a presença desses dois novos
Vereadores nós possamos chegar a uma conclusão mais satisfatória - é sobre a
substituição dos Vereadores em caso de impedimento por interesse particular ou
para tratamento de saúde. O Vereador, mensalmente, pode justificar três
ausências. Alguns justificam, outros não têm necessidade. De qualquer forma, se
precisar, o Vereador pode justificar três ausências. O que eu não posso
entender - no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa não é assim - é
que nós tenhamos a substituição por um dia. Isso custa muito caro para a
Câmara, porque nós pagamos duas vezes quando se trata de Licença para
Tratamento de Saúde, já na Licença para Tratar de Interesses Particulares isso
não ocorre. Para tratamento de saúde nós pagamos duas vezes, pagamos dois
Vereadores. Eu acho que deveria haver um mínimo de tempo. No Congresso Nacional
são 120 dias: o Deputado ou Senador só é substituído 120 dias depois. Se não
for uma licença de 120 dias, não há substituição. Eu não vou querer que sejam
120 dias, mas penso em uma licença mínima de 15 dias. Já vi um olhar
insatisfeito, mas essa é uma verdade que precisa ser respeitada. E eu respeito
o olhar também, mas acho que nós temos que pensar bem. As leis têm de ser
aprimoradas cada vez mais para que possamos ter tranqüilidade perante aqueles
que nos deram a responsabilidade de representá-los nesta Casa.
Portanto, Srª
Presidenta, encerro aqui as minhas considerações sobre a Pauta do dia de hoje,
esperando que possamos entrar na Ordem do Dia com a discussão e votação do
Orçamento, que hoje ainda não está na Ordem do Dia, mas já deveria estar. Saúde
e PAZ!
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Vereadora e companheira Margarete
Moraes; Srs. Vereadores, Srªs Vereadoras, nós temos alguns Projetos,
e, com certeza, dois deles têm de ser destacados nesta Casa. Em relação ao
primeiro - não apenas por amizade, mas por reconhecimento de uma longa
caminhada - eu quero parabenizar a minha companheira e Presidenta Margarete
Moraes por fazer essa referência e esse reconhecimento a esta cidadã, a esta
mulher extraordinária da nossa Cidade, a quem nem sempre se deu a visibilidade
necessária. E, agora, parece que nós estamos corrigindo esses erros históricos
- como o não-reconhecimento de pessoas -, como é o caso da nossa grande líder
comunitária, uma feminista, uma feminina na luta, no dia-a-dia da nossa Cidade,
que é a sempre ex-Conselheira Tutelar, Srª Leci Soares Matos. Ela mora lá no
Campo da Tuca, desenvolve um extraordinário trabalho na área social, em
especial com a criança e o adolescente, jamais esquecendo do cotidiano da vida
das mulheres mais empobrecidas, não perdeu a sua referência, apesar de todo o
brilho que tem em outros campos sociais. Ela volta, constantemente, a fazer do
seu cotidiano a busca da integridade das pessoas daquela comunidade e da cidade
de Porto Alegre. Portanto, minha companheira, estou muito feliz por essa
homenagem e quero-me somar à autora, e, com certeza, vai ser uma unanimidade
aqui na Câmara de Vereadores.
Outro Projeto,
também louvável, foi colocado aqui pelo Ver. João Dib e está hoje em última
discussão. É o Projeto de Resolução de Mesa que fala sobre as modificações no
nosso Regimento Interno; são tão importantes e necessárias que foi formada uma
Comissão nesta Casa para poder discutir melhor e fazer com que se chegue a um
consenso com relação aos equívocos, enfim, às questões que têm de ser
dialogadas e melhoradas em relação ao nosso Regimento Interno. Quiçá ocorra isso
também lá na Assembléia Legislativa, com esse escândalo divulgado nesta semana,
em que vários nomes - inclusive, infelizmente, o nome do Vice-Prefeito eleito
desta Cidade - aparecem envolvidos com questões de subversão social para com os
seus assessores. Isso é uma coisa muito grave, e eu espero que essa Resolução
de Mesa, que já tem o Projeto da nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores
para que acabe com esse crime contra os cofres públicos, seja encaminhada ao
Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências, que a
imprensa divulgue à altura do que tem de ser divulgado e esclarecido e que
essas pessoas realmente sejam punidas. Esse tipo de coisa nesta Casa felizmente
não ocorre, mas infelizmente na nossa Assembléia parece que sim. E a uma pessoa
com a responsabilidade que tem o Vice-Prefeito, vindo para Porto Alegre. Com
certeza, enquanto oposição, nós vamos estar muito mais atentos, até pela sua
história. Muito obrigada, e continuamos na luta.
(Não revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maria Luiza está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde a todos. Ao cumprimentar a nossa
Presidente, Verª Margarete Moraes, quero cumprimentar os nossos Vereadores e as
nossas Vereadoras, os telespectadores do Canal 16 e todos os presentes neste
plenário. Quero registrar aqui o meu profundo agradecimento, inicialmente a
Deus, aos meus familiares, aos meus 4.473 eleitores - registro aqui a confiança
que depositaram em mim nas urnas do nosso último pleito. Agradeço também o
carinho singelo e verdadeiro de todas as crianças que ajudaram a abrilhantar
nossa campanha nas ruas, nas casas e nas vilas. Não poderia deixar de registrar
o meu profundo agradecimento a todas as mulheres petebistas, em especial às 17
candidatas ao cargo de Vereadora, em conjunto somamos quase dezessete mil
votos. Mulheres estas de fibra, de garra, determinadas, que realmente foram às
ruas, pediram o voto, conseguindo conquistar a vitória. Agradeço, ainda, às
grandes lideranças anônimas, comunitárias que participam ativamente dos
acontecimentos desta Cidade e que contribuíram para o resultado do nosso
pleito.
Registro
ainda, aqui desta tribuna, a honra que tive de estar ao lado do nosso candidato
e então Prefeito eleito José Fogaça, homem simples, ético, tranqüilo, amável,
sério em suas decisões, correto em sua caminhada política, um idealista. Um
homem que, durante toda a sua campanha, demonstrou o reconhecimento pelos
trabalhos realizados pela Frente Popular, mas que traz consigo um projeto novo
para governar Porto Alegre.
Agradeço às Lideranças de todos os Partidos que se
uniram a nós. Quero dizer que o povo está-se expressando nas urnas, basta que
se faça uma leitura séria sobre o verdadeiro sentido da política. Gostaria de
concluir com uma frase de minha autoria: “O importante não é ocupar cargos
públicos, mas sim comungar do espírito de solidariedade e então ocupar cargos
públicos que visem a melhoria de vida da coletividade, sem interesses
individuais”.
Acredito que estamos diante de um
grande desafio na virada do ano, e nós contamos com a presença ativa de todos
vocês neste novo pleito que se inicia a partir de 2005. Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação e parabenizo a nossa Verª
Maria Luiza.
O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores
e Srªs Vereadoras, em 1ª Sessão de Pauta, o Projeto do Ver. João Bosco
Vaz homenageia um empresário que veio para esta Capital, investiu na sua
empresa, na grande empresa orgulho de Porto Alegre, a Termolar, que gerou
empregos, que gerou impostos, que trabalhou por esta Capital, o Sr. Lelis Leo
Garcia Espartel. Eu o conheci e sei dos seus talentos, da dedicação à sua
empresa e da sua confiança para empreender em Porto Alegre. Portanto, merece o
reconhecimento desta comunidade. O Projeto denomina Rua Lelis Leo Garcia
Espartel um logradouro no bairro Hípica, no Loteamento Nova Ipanema Green.
Também
gostaria de cumprimentar o Ver. João Antonio Dib que indicou à Mesa Diretora a
concessão do Título Honorífico de Cidadão Integração de Porto Alegre ao Dr.
Jorge Carlos Ribeiro, Embaixador do Ministério de Relações Exteriores, que presta
serviços aqui em Porto Alegre, que é, na verdade, o Embaixador do Mercosul.
Esse senhor também tem elaborado grandes trabalhos para nossa Capital,
inclusive acompanhado, assessorado, informado, orientado os nossos líderes
empresariais e os nossos Vereadores, sim, para as oportunidades que o Mercosul
oferece à cidade de Porto Alegre. Nós, muitas vezes, queremos e chamamos Porto
Alegre de a Capital do Mercosul, mas, às vezes, não aproveitamos as
potencialidades que Porto Alegre nos oferece. Somos gratos a todo esse
manancial de informações que o Embaixador Jorge Carlos Ribeiro nos tem
fornecido, tem-nos concedido. Portanto, Ver. João Antonio Dib, a Mesa Diretora
soube acolher a sua proposição, e,
por unanimidade, foi concedido esse Título de Cidadão Integração de Porto
Alegre ao Embaixador Jorge Carlos Ribeiro, que se integrou à nossa Capital,
casou-se com uma ilustre gaúcha e aqui se radicou, formou a sua família e vem
colaborando fortemente para o desenvolvimento da nossa Cidade.
Parabenizo a
minha amiga Amália por decidir concorrer a uma vaga ao cargo de Vereador da
nossa Capital. Ela, que tem prestado um serviço de solidariedade importante à
nossa Capital, bem que merecia estar aqui na Casa do Povo de Porto Alegre para
trabalhar mais ainda pelo bem da nossa comunidade.
Mas, quanto ao
Projeto de Resolução, no meu entendimento, faltam dois ou três detalhes: o
primeiro ponto que destaco, Srª Presidenta, é o de melhorar as regras para a
Comissão Representativa. Ela tem de ser mais ágil, ela não pode ter regras
iguais às das Sessões normais. A Sessão Representativa não é uma Sessão normal.
Nós precisamos ter mais agilidade para a substituição e presença dos Suplentes
de Vereador; que a posse seja automática e não cheia de detalhes, como a
necessidade de o Vereador Titular se licenciar para que o Suplente tome posse.
Então, nós temos de melhorar esse detalhe que eu acho muito importante. Outra
questão é sobre a posse do Suplente de Vereador. O Suplente de Vereador que não
tomou posse não pode inscrever-se na Pauta, e às vezes ele precisa falar na
Pauta. Acho que nós temos de ver uma regra para que ele possa se inscrever na
Pauta, se tiver assumido o mandato antes de ele falar em Pauta. Muito obrigado,
Srª Presidenta.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Srªs
Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, também venho discutir um pouco a
proposta de modificação do Regimento da Casa. Comento, de saída, o aspecto que
o Ver. João Carlos Nedel abordou. Realmente, Ver. Nedel, muitas vezes,
deparamo-nos com essa situação insolúvel, até agora, em que o Suplente de
Vereador que vai assumir durante um determinado prazo, um ou mais dias, tem
interesse de abordar, no início da Sessão, a Discussão Preliminar de Pauta. Não
sei qual a solução, na medida em que precisamos de quórum para que o Suplente
de Vereador tome posse em determinado dia ou dias. Se ele, na verdade, ainda não
tomou posse, como é que pode então se expressar? Concordo com V. Exª sobre a
necessidade de resolvermos isso, porque, muitas vezes, é um Suplente de
Vereador que já tomou posse por muitas vezes, inclusive durante os quatro anos
da Legislatura, mas, num determinado dia, ele fica travado, sem poder abordar
determinado assunto.
Outro tema do
Regimento que acho interessante e que já foi abordado aqui é sobre a previsão
de que, se determinado Vereador, representando determinada Bancada, assumir um
cargo na Mesa Diretora, se ele sair dessa Bancada, desse Partido, ele não
poderá manter o seu cargo na Mesa. É realmente uma iniciativa muito positiva,
porque não há lógica nenhuma a permanência desse Parlamentar no cargo da Mesa,
na medida em que ele foi assumir essa posição importante na Mesa Diretora da
Casa representando um Partido, ou até mesmo uma frente, uma coligação.
Realmente, dou todo o apoio a esse dispositivo, a essa proposição.
Uma outra
situação pela qual passamos várias vezes, tanto quando estávamos aqui na Casa
Parlamentar da nossa Cidade, como administrando a nossa Cidade, é que muitas
vezes um Vereador, normalmente de oposição, quer fazer uma convocação a um
determinado Secretário. O telespectador ou o ouvinte talvez não perceba, mas a
convocação tem, por trás de si, um significado de força, de determinação, de
não haver escolha para a pessoa convocada, é um ato de força. Acho que, na
totalidade das vezes que um Parlamentar manifestou interesse de ouvir uma
autoridade municipal, pelo menos no nosso período, não foi preciso uma
convocação. Nós encaminhamos um convite, o que tem um outro nível de relação,
uma relação amistosa, e foi apenas necessário que acertássemos a data da vinda
dessa autoridade municipal à Casa. Então, essa modificação também acho importante,
salutar para a boa relação entre Executivo e Legislativo. Claro está, como
permanece na proposta, que, depois do convite, se essa autoridade municipal não
vier à Casa, aí, sim, se toma essa posição de força através da convocação.
Há uma outra modificação
aqui muito significativa, com a qual não tendo a concordar, gostaria de ouvir
algum colega mais. É à semelhança do que acontece no Congresso Nacional, em que
os Deputados Federais e Senadores têm um espaço de vinte minutos para abordar
determinado assunto. Eu não sei se sou um Parlamentar - e o serei até o dia 31
de dezembro deste ano - que fala pouco, muito econômico nas palavras, mas
procuro ser muito objetivo. Creio que o tempo de vinte minutos para alguém
abordar um assunto é de certa maneira um exagero. Eu tenderia a concordar que
esse espaço fosse aumentado para dez minutos, por exemplo, que é um espaço
muito significativo. Eu já ouvi alguém dizer desta tribuna que, se alguém não
consegue expressar o seu pensamento em cinco minutos, não vai conseguir em meia
hora. Eu concordo em parte. Portanto, eu acho que, com vinte minutos, terminará
sendo apenas um Parlamentar, um Vereador a falar por Sessão, enquanto que, se
nós tivéssemos dez minutos, nós poderíamos ter dois ou três Vereadores a falar,
a se manifestar, portanto o debate de idéias, o debate democrático seria muito
mais enriquecido, em vez de ficar apenas uma pessoa falando por vinte minutos.
Por último, já
encerrado o tempo, queria cumprimentar a Verª Margarete Moraes pelo Título que
será dado, creio, pela aprovação da Casa, à Srª Leci Soares Matos, que é uma
pessoa de muita luta no movimento comunitário, que trabalha com as crianças e
adolescentes, foi Conselheira Tutelar, ela merece esse prêmio. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Guilherme Barbosa. O Ver. Ervino
Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Minha cara Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham
nas galerias e também pela TVCâmara, queria saudar a todos.
Eu faço uso dos cinco minutos de
Liderança do meu Partido, o Partido Democrático Trabalhista, portanto falo em
nome do PDT. Hoje pela manhã, meus caros Vereadores, recebi no meu gabinete o
pai e a mãe de Daiane da Silva Silva, que desapareceu no dia 8, no Centro da
nossa Cidade, no Mercado Público. Está aqui a foto da menina, meus caros
colegas Vereadores e pessoas que nos assistem na TVCâmara. (Mostra o cartaz com
a foto da menina.) A mãe, Jane Teresinha da Silva, e o pai, Delci da Silva,
estão aqui, sentados nas nossas galerias. Peço que a TVCâmara foque esse casal
sofredor. Esse casal permaneceu no meu gabinete hoje pela manhã e parte da
tarde. Eles não têm mais lágrimas, porque o sofrimento está sendo demais!
Vejam, vocês, essa linda menina, uma inocente de apenas cinco anos. Está aqui a
foto. (Mostra o cartaz.) Vocês que nos assistem pela TVCâmara, minha querida
mãe, meu querido pai, muitos de vocês talvez tenham ao seu lado um filho, um
adolescente, um jovem que recém começa a sentir o gosto da vida, de viver essa
vida maravilhosa, e, de repente, alguém que não tem coração, alguém que sequer
tem espírito de humanidade, consegue ter a coragem de seqüestrar uma menina de
apenas cinco anos...
Aonde anda essa inocente? Vocês
já imaginaram o sofrimento dessa menina de apenas cinco anos? Será que existe
pessoa com tanta maldade neste mundo que consegue seqüestrar, meu caro Coronel
Pedro Américo Leal, uma inocente de apenas cinco anos de idade? Aonde anda essa
inocente? Estão aí o pai e a mãe. E, como já disse, eles não têm mais lágrimas
para derramar dos seus olhos, porque as que eles tinham já se esgotaram. Deu
para sentir, hoje, no meu gabinete, o sofrimento deste pai e desta mãe.
Nós temos aqui
neste plenário muitas mães. Imaginem se retiram de seus braços, do seu
convívio, uma filha com apenas cinco anos de idade! É brutal, minha gente! É um
sofrimento demasiado para um pai e para uma mãe! Disseram eles que a vida -
para eles - não tem mais graça. É um casal simples, trabalhador. Peguem nas
mãos dessa mãe e as apertem, peguem nas mãos desse pai e as apertem, vocês
sentirão as mãos calejadas. Aquele pai pobre, aquela mãe pobre. Pelas mãos
deles, sente-se que são pessoas trabalhadoras, que sustentam a sua família.
Minha Cara
Presidenta, Verª Margarete Moraes, V. Exª também tem duas queridas filhas,
imagine V. Exª ser ceifada dos seus braços, como outras mães, uma filha de
apenas cinco anos de idade!
Será que essa
pessoa não tem coração? Será que essa pessoa não tem sentimentos? Aonde anda
essa menina? O que essa gente está fazendo com uma menina de apenas cinco anos
de idade? Que Deus tenha compaixão desse pai e dessa mãe. Que Deus ilumine a
cabeça desses seqüestradores. Que eles tenham um pouquinho de clemência, um
pouquinho de dor, que pensem no sofrimento deste pai e desta mãe.
Minha querida
mãe Jane Terezinha da Silva, querido pai Derci Silva, eu também sou pai e há
muitos pais e muitas mães aqui neste plenário, eu quero dizer que estou
sofrendo junto com vocês e tenho certeza que muitas pessoas hoje, aqui neste
plenário, farão uma corrente para que a sua filha - Deus queira - talvez hoje,
daqui a umas horas, ou amanhã retorne para os braços de vocês.
A Câmara
Municipal de Porto Alegre, que é a Casa do Povo, está aqui junto com vocês;
tenho certeza que não só este Vereador, mas todos os Vereadores e Vereadoras
estão solidários com vocês. Que Deus ilumine para que esse drama se resolva de
uma forma muito feliz para vocês, para os seus amigos, para esta Casa, que é a
Casa do Povo. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, durante esse pleito eleitoral que se realizou no
dia 3 de outubro e se encerrou no dia 31 de outubro nós assistimos na
televisão, ouvimos no rádio e lemos nos jornais a preocupação de todos os
candidatos com o problema da Saúde em Porto Alegre; todos dizendo que os
recursos são cada vez menores. Eu já afirmei várias vezes que nós temos mais
recursos neste ano do que no ano anterior: em 2003, nós tivemos muito mais do
que registrou o balanço da Prefeitura. Quatrocentos e vinte e sete milhões de
reais foram encaminhados pelo Ministério da Saúde, e o balanço da Prefeitura
registrou 251 milhões de reais. Portanto, uma diferença de 176 milhões de
reais, que eu insisto... Eu não estou denunciando que tenha sido levado para o
bolso de alguém, não. Acho que foi usado de forma equivocada. E são esses
equívocos que acontecem na Saúde que prejudicam a população porto-alegrense.
Vejam V. Exas
o que está ocorrendo hoje no Grupo Hospitalar Conceição. O Grupo Hospitalar
Conceição instalou no Hospital Fêmina uma UTI modelo, das melhores do País, e
não foi utilizada ainda. Foi marcada uma data para iniciar a utilização da UTI
maravilhosa do Hospital Fêmina. De repente, cancelaram a data, e não vai mais
ser utilizada a UTI, que deve ser desmontada e levada não sei para onde. Não
sei. E trarão para o oitavo andar, onde está instalada essa UTI maravilhosa, a
Administração do Grupo Hospitalar Conceição. Parece que somos um País muito
rico, uma Cidade e um Estado onde o dinheiro para a Saúde sobra, sobra tanto
que podemos desmanchar uma UTI! E quem não sabe, quem não conhece alguém que
esteja necessitando, neste momento, de uma UTI? Hoje mesmo, eu tive que tirar
uma pessoa da UTI de um hospital, porque não havia mais lugar. E nós vamos, lá
no Grupo Hospitalar Conceição, desmanchar uma UTI de Primeiro Mundo para
instalar sua Administração, porque vai dar mais pompa, vai dar mais proximidade
com o Centro da Cidade. Pois olha, eu acho que se comprassem um prédio, se
alugassem um prédio, estariam fazendo um grande negócio - se é que há
necessidade de retirar lá do Hospital Conceição a Administração. Fariam um
grande negócio, sem dúvida nenhuma, e eu até vou ajudar: na Rua Célio Daudt, o
Governo do Estado tem um prédio que está vazio, e eu tenho a certeza de que ali
daria para instalar a Administração do Grupo Hospitalar Conceição, fazendo
algumas adaptações; é um belíssimo prédio que está vazio, criando até problemas
para a coletividade no seu entorno. Eu acho que a Prefeitura, que cuida do SUS,
e o Estado, através da Secretaria da Saúde - não sei quem representa a União no
caso da Saúde -, não podem permitir que a UTI do Hospital Fêmina seja
desmanchada antes de ser inaugurada; é uma UTI de Primeiro Mundo, feita com o
carinho e com a competência daqueles médicos. É difícil entender a
Administração do Grupo Hospitalar Conceição. Eu até lembro que precisei usar de
todos os caminhos para receber do meu amigo João Motta - João Constantino
Pavani Motta - um relatório das realizações do Grupo Hospitalar Conceição no
ano passado. Portanto, fica aqui um alerta: não se pode desmanchar uma UTI,
quando nesta Cidade faltam leitos em UTI. Saúde e PAZ!
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, a Pauta do dia de hoje tem quase que exclusivamente nomes de ruas.
E esta Cidade resolveu, por intermédio da opinião pública, não aceitar que os
Vereadores denominem nomes de ruas. A Rádio Gaúcha, aos sábados pela manhã, tem
um programa intitulado “Conheça a sua Cidade, Conheça a sua História”, fazendo
o programa inteiro em cima dos nomes de ruas. E é nos nomes de ruas que conhecemos
a cultura da Cidade e, principalmente, que vamos ter verdadeiras surpresas
muito agradáveis ou outras tristes.
Na Pauta de
hoje, tive uma surpresa muito triste. Eu não sabia que um querido amigo de
infância - jogávamos futebol juntos - Dr. Lelis Leo Garcia Espartel será nome
de rua, será nome de rua porque foi embora, deixou-nos, deixando atrás de si
uma senda magnífica de realizações. Filho de uma família tradicional do bairro
Teresópolis, seu pai era professor na Escola de Engenharia, e ele seguiu
exatamente, como engenheiro, os caminhos de seu pai. Foi um abnegado do Bairro,
um apaixonado pelo clube, foi um desportista exemplar, pai de família e,
especialmente, um cidadão maravilhoso. E, se alguém algum dia encontrar numa
placa esse nome Engenheiro Lelis Leo Garcia Espartel, o Lelinho, vai encontrar
também saudade de um tempo fantástico, de uma Porto Alegre surrealista, em que
nela Espartel defendia a sua aldeia, o seu Bairro, os seus amigos, as suas
circunstâncias. Pois essa homenagem, por um lado, tem a tristeza de nos dizer
que um amigo foi embora e, por outro lado, a perenização merecida do seu nome,
feita pelo Ver. João Bosco Vaz.
E é esse o
sentido de os Vereadores colocarem nomes nas ruas, pois colocar nome nas ruas
não diz respeito somente à utilidade perante os Correios, perante o direito de
domicílio que as pessoas têm, significa também entender a Cidade, entender a
sua alma, o coração da Cidade, que pulsa forte nos nomes das ruas. Cada rua que
recebe um nome, seja nome de pessoa, de vegetal, de estrela, mostra o quanto de
cultura existe, muitas vezes são quatro mil, cinco mil anos de cultura no mundo
inteiro, espelhados nas placas das nossas ruas; ruas que mereciam placas, e
placas que deveriam estar lá indicando não só o CEP, o bairro, mas também a
história. Hoje a maioria das ruas de Porto Alegre tem nomes, mas não tem a
placa indicativa. São essas reminiscências que a Pauta de hoje nos traz e que é
tão importante para a nossa Cidade: a rua ter nome, o nome estar numa placa, a
placa ter a informação, dando o direito às pessoas, dando direito aos Correios,
dando direito à propriedade, dando direito ao domicílio e dando direito à vida. Essa é a moral do nome na rua.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Está encerrada a Pauta. O Ver. Sebastião Melo está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; meus
colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras, senhoras e senhores, eu venho a
esta tribuna, Ver. Pedro Américo Leal, para dizer da nossa indignação pelo que
estamos presenciando em todo o País, inclusive no nosso Estado e na nossa
Capital, em relação ao que está acontecendo com a Previdência Social. Nós temos
recebido tanto no nosso gabinete, na Comissão que presido, quanto nos lugares
por onde passamos, nos contatos que nós fizemos, Presidenta, uma verdadeira
multidão de pessoas que precisam, que dependem dos serviços da Previdência e
que, infelizmente, estão há mais de duas semanas sem ter acesso a esses
serviços.
Como se pode, Ver. João Dib,
fazer uma Reforma da Previdência taxando inativos, colocando muito dinheiro no
caixa da Previdência, cobrando dos servidores públicos, aumentando contribuição
e se chegar a esse ponto em que o cidadão que depende de um exame para renovar
um auxílio-doença tem de fazer uma peregrinação, bater no posto da Previdência
e ouvir dizer que as máquinas não funcionam? E aí você lê nos jornais do centro
do País, você lê nos jornais aqui do Rio Grande do Sul que o Diretor do INSS,
lá da Previdência, quer gastar oito ou nove milhões de reais em publicidade da
Previdência. Para continuar enganando as pessoas, para continuar mentindo para
as pessoas?
Portanto,
neste período de Comunicação de Líder, eu faço este registro, porque há muitas
pessoas - mas são muitas pessoas mesmo, Presidente - que estão, neste momento,
aguardando desesperadamente para serem atendidas em um posto da Previdência, e
os computadores não funcionam. Isso tem um nome: isso é um absurdo! Isso é uma
barbaridade em um País que cobra uma carga tributária monumental como essa e que presta um serviço de péssima qualidade
ao seu cidadão! Um auxílio-doença, que é mísero, mas que para aquele cidadão,
Ver. Sebenelo, que depende dele, talvez seja a única fonte de Receita para
levar comida para casa. E há um silêncio sepulcral por parte das autoridades.
Eu digo isso, porque, inclusive, o Ministério que comanda esta Pasta, Verª
Celeste, é do meu Partido. É do meu Partido que nacionalmente acabou para
atender a interesses não-coletivos, mas individuais, fazendo parte do Governo.
Sim, pertence ao Sr. Amir Lando, Senador. Mas isso não me tira um centímetro de
motivação para dizer o que eu estou dizendo.
Ver. Braz, nós
queremos expressar isso em nome de milhares de pessoas. A gente vê o semblante
dessa gente sofrida, amarga, que contribuiu, que deu o que podia dar ao longo
da sua vida para poder ter um pouquinho para o final da sua caminhada terrena,
e a gente vê um sistema com capacidade de taxar, de cobrar, de aumentar. Este País
tem a capacidade de ter uma das maiores cargas tributárias do mundo e de ter um
dos piores retornos para Educação, para a Saúde, Previdência. Ouvia na rádio,
quando estava vindo para a Câmara, que lá em Goiânia, na minha querida Capital
do Estado de Goiás, se está fazendo uma feira na qual o cidadão vê, Ver. Pedro
Américo, quanto custa o quilo de arroz sem imposto e quanto custa o quilo do
arroz com imposto; quanto custa o carro com imposto, quanto custa o carro sem
imposto. E as pessoas, saindo da feira insatisfeitas com a carga tributária
deste País, eram entrevistadas pelos mais diversos veículos de comunicação e
mostravam a sua indignação.
Portanto, Srª Presidenta, nós
queríamos consignar nos Anais desta Casa a indignação da Bancada do PMDB com
esse procedimento cruel da Previdência em relação às centenas de milhares de
brasileiros, brasileiras, gaúchos e gaúchas e porto-alegrenses. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito aos Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras que desejam apresentar Requerimentos de Votação em Destaque para as
Emendas apostas ao PLL nº 047/04, que é o Orçamento do Município de 2005, que o
façam antecipadamente, uma vez que há necessidade de analisar a admissibilidade
do Requerimento de Votação em Destaque e também elaborar a orientação de
votação. Esse é um pedido da Diretoria Legislativa e um pedido de mérito.
O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, no jornal O Sul, o jornalista Rogério
Mendelski faz hoje algumas referências a uma ação popular impetrada por este
Vereador para desfazer, ou pelo menos na tentativa de desfazer, uma permuta
entre a CEEE e o Município de Porto Alegre que eu acredito ser extremamente
lesiva para o cidadão porto-alegrense e acho que estou falando também em nome
do cidadão do Rio Grande do Sul. A CEEE ofereceu, bem aqui, em frente à nossa
Câmara Municipal, do outro lado da avenida, uma área nobre, imensa, em troca de
alguns índices que não vão ter, na verdade, nenhuma valia maior para a CEEE,
que não vão causar nenhum acréscimo ao patrimônio da CEEE. Isso vai lesar todos
nós que, na verdade, pagamos a nossa conta de energia elétrica, que precisamos
que a CEEE possa realmente se refazer com relação ao seu patrimônio.
Enquanto essa
ação tramitava na Justiça, a Diretora Jurídica da CEEE, Drª Magda Brossard,
vendo que estávamos com a razão no pleito que fazíamos através dessa ação
popular, solicitou aos dirigentes da CEEE que abrissem mão da permuta,
voltassem atrás na sua decisão e retomassem o terreno, já que o terreno, Ver.
Pedro Américo Leal, vale quatro, cinco, seis vezes mais do que os índices
oferecidos em troca. A Direção da CEEE não quis atender a Drª Magda Brossard,
que, sentindo-se agredida na sua condição de Conselheira no campo jurídico da
CEEE, se demitiu do seu posto. Vejam a que ponto chegou! Ela, sentindo-se
atingida, porque via que não conseguia juridicamente influir na decisão da
Direção da CEEE, acabou se demitindo do seu posto.
E as coisas
continuaram. Só que o Município, Ver. Pedro Américo Leal, não parou por aí!
Pegou essa mesma área, uma área onde deveria ser construída uma escola - aqui
mesmo, aqui na frente, faz parte da mesma área! - e a ofereceu num convênio
para o INCRA, que está construindo ali, bem no nosso nariz, bem aqui na nossa
frente, fazendo com que a permuta inicial ficasse completamente inviabilizada.
E nós que somos Vereadores em Porto Alegre precisamos, Ver. Pedro Américo Leal,
dar seqüência a essa discussão a respeito dessa permuta aqui, Ver. Pedro
Américo Leal, até porque a CEEE não estava autorizada a fazer uma permuta. E
também nós, os Vereadores de Porto Alegre, não havíamos dado autorização para o
Município fazer a permuta. Aí dizem o seguinte: “Mas a permuta já havia sido
dada quando se votou o Plano Diretor”. Ora, o que já estava autorizado para
permuta era o pedaço do recuo viário, só esse, não a totalidade do terreno!
Para o resto do terreno, de acordo com o art. 56 da Lei Orgânica do Município,
nós, os Vereadores, tínhamos de votar a autorização! Nós tínhamos obrigação de
votar a autorização! Mas é claro que eu não estou ficando apenas nos meus
pronunciamentos de tribuna; há uma ação popular sendo discutida na 4ª Vara da
Fazenda Pública, e eu tenho certeza absoluta de que, no Judiciário, nós vamos,
se Deus quiser, chegar até a verdade desses fatos.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidenta Margarete Moraes, demais Vereadores e
Vereadoras desta Casa, eu ia vir a esta tribuna relatar a continuidade da
transição que está ocorrendo entre o atual Governo e o futuro Governo, mas fui
surpreendido, no dia de hoje, pelas notícias que saíram no jornal Zero Hora
envolvendo um conjunto de Parlamentares, em particular, o futuro Vice-Prefeito
desta Cidade. Para minha surpresa - por que não dizer, também, com uma certa tristeza?
-, observou-se, nos jornais do dia de hoje, que a verba destinada à assistência
social de que cada gabinete de Deputado dispõe foi destinada aos assessores dos
próprios Deputados. E eu leio a explicação do futuro Vice-Prefeito desta
Cidade, que nos diz, através do jornal Zero Hora, que destinou para o seu
Chefe-de-Gabinete o equivalente a 4 mil reais, porque ele, o seu
Chefe-de-Gabinete, era um homem com poucos recursos. Como diz aqui - auxilia-me
a companheira Verª Maristela Maffei -,
ele dá a seguinte explicação (Lê): “É uma coisa que na minha consciência é
tranqüila. É um funcionário igual aos outros, carente...” Carente! Veja só,
Ver. João Dib, o Chefe-de-Gabinete ganha 6 mil e 700 reais, e ele é um
funcionário carente! Isso aqui é um escândalo, do ponto de vista de um
Parlamento sério. Quando a população generaliza o conjunto dos Parlamentares é
por fatos como esse! O que justifica um assessor - o Chefe-de-Gabinete ganha 6
mil e 700 reais - passar a receber mais 4 mil reais sob o argumento - pasmem,
pasmem! - de que é um funcionário carente?! Isso é um escândalo! Isso é um
desrespeito com a população!
O que mais me
preocupa, Ver. Pedro Américo Leal, é que, na estrutura atual da Prefeitura, o
Vice-Prefeito é o responsável pelas políticas sociais da Prefeitura. Ele
coordena o foro de políticas sociais. E aí eu pergunto para a população de
Porto Alegre: será esse o tratamento que nós vamos dar às políticas sociais, em
que os carentes se encontram no próprio gabinete do Deputado, onde a idéia de
carência significa um salário de 6 mil e 700 reais, que, segundo o IBGE,
segundo estatísticas, significa salário de classe média alta neste País onde o
salário mínimo é de 260 reais?!
Então, esta é
a pergunta que, infelizmente, nós somos obrigados a pautar no dia de hoje: como
é que nós temos, na Assembléia, gente recebendo recursos de verbas sociais, num
País, num Estado carente como o nosso? Isso é inadmissível! E eu tenho certeza,
absoluta certeza, de que, independente das cores partidárias, o conjunto dos Vereadores
desta Casa vai repudiar esse ato, mais do que repudiar, pedir providências! Não
podemos aqui aceitar calados que esse tipo de procedimento, esse tipo de
postura, esse tipo de construção política se firme na nossa Cidade! Nós temos
outra história aqui em Porto Alegre. E eu pensava que nós já tínhamos afastado,
através das nossas práticas, esse tipo de política! Então, espero que, nos
próximos dias, mais do que buscar o esclarecimento - e os fatos são bastante
claros -, a gente venha a tomar alguma providência. É inadmissível que
Chefe-de-Gabinete ganhando salário de 6 mil e 700 reais seja considerado um
funcionário carente e receba mais 4 mil reais! Isso desmoraliza os políticos,
isso desmoraliza a política, isso faz com que o conjunto dos Parlamentares seja
achincalhado pela população porque trabalha com esse senso comum que,
felizmente, não é de todos, mas que às vezes é pautado por esses péssimos
exemplos.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Srª Presidenta, em seqüência à fala do Líder da
Bancada do PT, sugiro que a próxima reunião de Mesa seja feita de imediato.
Acredito que uma Resolução, um Requerimento em repúdio deva ser elaborado pela
Mesa Diretora, aprovado por este Plenário e encaminhado à Assembléia Legislativa,
para que sejam tomadas as providências necessárias. Obrigada.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Verª Maristela Maffei. Eu quero, neste
momento, apregoar dois Requerimentos de Destaque ao Orçamento de 2005, PLE nº
047/04. O primeiro é assinado pelo Ver. Sebastião Melo, solicitando que sejam
votadas em destaque as Emendas nºs 40, 44, 45, 48, 49, 50, 51, 52 e 53; o
segundo Requerimento, assinado pelo Ver. Beto Moesch, solicita que sejam
votadas em destaque as Emendas de nº 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66 e 67.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, gostaria de colaborar com o que a
Verª Maristela Maffei manifestou. Ela é uma Vereadora experimentada e sabe que
pode fazer o Requerimento, com relação ao qual eu quero ter o orgulho de votar
favoravelmente, mas isso não é de competência da Mesa. Ela que faça o
Requerimento de Repúdio, submeta-o ao Plenário, e o Plenário vai deliberar
sobre isso. Eu quero dizer que vou votar favoravelmente com Vossa Excelência.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, passamos à
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Em acordo com as Lideranças da Casa, temos a
seguinte proposta de Requerimento para apreciação dos Projetos na Ordem do Dia:
PLCE nº 015/03, PLCE nº 003/04, PLL nº 193/04, PR nº 107/04, PLL nº 170/04, PLL
nº 017/01, PLL nº 085/01, PR nº 078/04, PLL nº 162/04, PR nº 025/04, PLL nº
007/04, PLL nº 343/03 e PLL nº 382/03.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete
Moraes): Em votação o
Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. N.º 7085/03 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 015/03, que
altera o regime urbanístico em área específica a ser observada na Área Especial
de Interesse Institucional - Porto Seco - com gravame estabelecido pela Lei
Complementar n.º 434, de 24 de dezembro de 1999 - PDDUA e regime urbanístico
definido pela Lei Complementar n.º 324, de 31 de maio de 1994, e dá outras
providências.
Parecer:
- da Comissão Especial. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável
da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por
força do art. 81 da LOM, em 01-09-04.
- retirado o art. 81 da LOM, em
04-11-04;
- reincluído na Ordem do Dia em
11-11-04.
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCE nº 015/03. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
essa matéria que altera o regime urbanístico na Área Especial de Interesse
Institucional do Porto Seco foi exaustivamente discutida na Comissão Especial,
constituída para promover uma análise a respeito da avaliação do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Como se trata de uma matéria com
evidentes reflexos na organização e na estruturação urbana, é natural que a
mesma fosse objeto de uma análise aprofundada por parte da Comissão do Plano
Diretor, resultando aprovada em face de um Parecer do Ver. Beto Moesch, que é
sucinto, objetivo e permite, inclusive, que seja lido: (Lê.) “No exame do Processo
constatamos: [...] 2. A coerência do regime urbanístico proposto no art. 3º do
Projeto, idêntico ao regime da área vizinha (Unidade Estrutural Urbana 3034 -
Subunidade 4), a qual se incorpora absorvendo os seguintes dispositivos de
controle: densidade 280 habitantes por hectare, atividade mista 4, índice de
aproveitamento 1,3 e volumetria com altura máxima de 18 metros. 3. O uso
residencial com habitação unifamiliar, expresso no art. 1º do Projeto, não se
institui como imposição legal, pois o citado art. 3º é corretamente menos
restritivo. 4. Finalmente, entendemos que a área em causa seria liberada do
gravame do Porto Seco, para se integrar na Unidade de Estruturação Urbana 3034,
Subunidade 4.” Como se vê, é objetivo o Parecer do Ver. Beto Moesch.
Para nós fica
claro o que está acontecendo em uma área que, até então, era envolvida no
projeto global do Porto Seco, isto é, destinada, exclusivamente, a incorporar
na Cidade os locais para os quais os caminhões de grande porte convergiriam. Já
houve uma pequena mudança numa das suas áreas, ensejando a criação do complexo
cultural do Porto Seco, ou seja, a Pista de Eventos. Na outra área, digamos
assim, a dos fundos, hoje estão instalados os depósitos das empresas
transportadoras, na parte final, onde ela já se vincula à outra área da Cidade
de ocupação específica para a habitação. Essa área deve ser liberada, pois é
uma área onde poderá ocorrer a produção de habitações, cuja expectativa é de
que as habitações a serem produzidas sejam absorvidas pelos atuais trabalhadores
nas várias empresas estabelecidas no Porto Seco.
Então, dessa
discussão que foi ampla, que logrou inclusive, por várias vezes, estabelecer
debates mais aprofundados, ensejou a maturação plena no seio da Comissão de 17
integrantes, quando, ao final e ao cabo, veio a merecer esse Parecer favorável
do Ver. Beto Moesch, aprovado, na oportunidade, pela totalidade dos Vereadores
integrantes da Comissão, que participaram da discussão e do debate no dia em
que ocorreu a votação. Isso nos dá tranqüilidade de promover essa discussão
inicial, alertando, com clareza, aos integrantes da Casa sobre os reais efeitos
da decisão que iremos tomar no presente momento.
Estamos alterando parte da área
inicialmente destinada exclusivamente para a finalidade do Porto Seco e estamos
confirmando uma tendência que procura se afirmar dentro do planejamento urbano,
de fugir das chamadas áreas puras, aquelas áreas que são exclusivamente
habitacionais, ou exclusivamente comerciais, ou exclusivamente de serviço,
permitindo assim que ocorra uma miscigenação altamente positiva.
Em termos urbanísticos, a solução
é boa, parece-me que corresponde aos interesses da comunidade local, e, por
isso, antecipo-me na minha posição de simpatia com o presente Projeto de Lei.
Era isso, Srª Presidenta. Obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero registrar a visita orientada do Colégio
Farroupilha de Porto Alegre, são 14 alunos da Educação Infantil acompanhados
pelos professores Juliano Alvim, Lisiane da Silveira e Mara da Rosa. Essa
atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa
desenvolve junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região
Metropolitana. Sejam bem-vindos e que tirem proveito da visita nesta Casa Legislativa.
O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/03.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, este Projeto está no rol daqueles Projetos que estão sendo
analisados pela Comissão Especial que revisa o Plano Diretor.
Nós fizemos,
na Comissão, um Pedido de Diligência e uma proposta. As diligências, na sua
grande maioria, foram atendidas, e a proposta acabou não logrando êxito. E qual
era a proposta, Ver. Barbosa? Era que nós pudéssemos fazer o debate entre
Prefeitura, Comissão e representação da Direção da Associação do Porto Seco.
Nós achamos, Ver. Guilherme, que o Porto Seco é um equipamento extremamente
importante, como muitos outros também são para esta Cidade. Esse era o grande
momento - em que se tem um projeto para permitir a construção de residência
unilateral, ou seja, para moradia na área que pertence ao Porto Seco - de
estabelecer o debate, para saber efetivamente se as funções pelas quais o Porto
Seco foi concebido, Ver. Pedro Américo, estão sendo cumpridas. No fundo, era
isso. Ou seja, quando se revisa o Plano Diretor, quando se discute a malha
viária, a orla do Guaíba, o Centro, discute-se também o Plano Diretor
relativamente ao Porto Seco. E aí vem um Projeto pontual. Ele é pontual, mas isso
não impede que nós, os Vereadores, possamos discutir o conjunto da atuação do
Porto Seco. Acho que ficamos devendo isso à Casa. Acabamos, depois de muitos
debates internos, Ver. Beto Moesch, aprovando esse Parecer com certas
restrições, e agora ele vem à plenária.
Eu quero dizer
que nós vamos votar favoravelmente, porque não vejo aqui nenhum grande
empecilho, mas acho que estamos perdendo uma grande oportunidade de debater o
Porto Seco e o seu entorno. Tenho dito e vou tornar a dizer: achamos que as
Comissões Temáticas e as Comissões Especiais num Parlamento, Ver. João Antonio
Dib, são aquelas em que se produz um bom debate, bons resultados, bons
encaminhamentos, em que se estabelece o contraditório e as diferenças. Eu quero
dizer que as diferenças, na sua grande maioria, qualificam as relações. O que
destrói as relações políticas são as descortesias, Ver. Sebenelo; não são as
diferenças.
Então, somos
daqueles que achamos que as Comissões precisam cada vez mais receber estrutura
de recursos humanos, estrutura material, tempo para debater; achamos que, das
Comissões que hoje não são as Comissões Permanentes da Casa, aquela que neste
ano tem a maior importância para este Parlamento é a Comissão que revisa o
Plano Diretor. Então, por isso, vamos votar “sim”. Mas eu acho que nós estamos
perdendo de ter uma visão de
conjunto por parte do gestor local, por parte do empresariado, por parte dos
moradores, por parte, enfim, dos transportadores de carga, de todos aqueles que
têm envolvimento com o Porto Seco. Mas não foi possível lograr esse outro
avanço porque a diligência foi cumprida, mas essa outra proposta acabou, num
primeiro momento, ganhando corpo, depois acabou não avançando. Nós vamos votar
favoráveis, mas gostaria de fazer essas considerações porque achamos que
estamos perdendo uma grande oportunidade de avançar um pouco mais no debate
desse equipamento público, que é o Porto Seco, que é um instrumento importante
para alavancagem, para o desenvolvimento, da cidade de Porto Alegre. Muito
obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/03.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3798/04 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 003/04,
que inclui art. 5.º-A e parágrafo único na Lei Complementar n.º 505, de 28 de
maio de 2004, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de
custeio do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do
Município de Porto Alegre e dá outras providências. Urgência. Com Emenda n.º 01.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável
da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em
15-09-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLCE nº 003/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, eu peço a compreensão da Mesa. Eu e
a minha assessoria estamos meio perdidos em relação aos Projetos; eu não
consegui localizar este Projeto. Pediria que fosse lida pelo menos a ementa,
para que eu pudesse me habilitar.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Foi lida, mas não há problema nenhum em repetir,
Ver. Sebastião Melo. Estamos na página 8, item nº 12. (Relê a ementa do PLCE nº
003/04).
O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadores, eu venho a esta tribuna, Ver. João Dib, porque esta matéria foi
muito polêmica, envolvendo esta Casa na época da sua votação; não que este
Projeto seja polêmico, mas o desdobramento, o conjunto do Projeto da
Previdência foi muito polêmico. E eu acho que nós não poderíamos, Ver. Juarez
Pinheiro, perder a oportunidade de aqui fazer um balanço da questão
previdenciária.
Acho que há
uma questão maior não-resolvida. Nesta tribuna, este Parlamentar - e muitos
Vereadores, inclusive - colocou naquela oportunidade que foi um equívoco votar
a Previdência municipária sem os cálculos atuariais. Eu sempre dizia e vou
continuar dizendo: o síndico do edifício é transitório, o Prefeito é
transitório; nós teremos, a partir do ano que vem, um outro Prefeito da Cidade,
de outra grei partidária, de uma outra frente política, mas as coisas do
Município, as questões do funcionalismo, essas são permanentes. Eu acho que foi
um profundo equívoco o encaminhamento da Previdência como se deu, porque, lá em
Brasília, se construiu uma Emenda paralela de autoria de um grande Senador do
Rio Grande do Sul, Paulo Paim, e o Presidente e a sua base de sustentação, que
é a esmagadora maioria no Congresso Nacional, assumiram que esta Emenda seria
aprovada, que os Municípios e os Estados poderiam, de acordo com seus cálculos
atuariais, fixar suas alíquotas.
Eu estou
dizendo isso, porque este Projeto aqui, Ver. João Antonio Dib, na verdade, é
remanescente de um Projeto maior, porque lá se fixou em 24 vezes. O déficit da
Prefeitura para com o Previmpa, os atrasados, seriam fixados em 24 vezes; houve
um Veto, e agora veio um Projeto passando para 36 vezes. Dos males, esse é o
menor, portanto não vamos votar contrários a este Projeto porque vai aumentar
de 24 para 36, mas eu não poderia deixar de dizer que foram momentos muito
tensos nesta Casa. Inclusive, naquele momento, é importante recordar, Ver.
Juarez Pinheiro, foi na carona a isenção da Ulbra. Ou nós não nos lembramos
disso? Ali foi um acerto, não é, Ver. Garcia? V. Exª me olha atentamente. No
final da tarde, não havia quórum, não dava acordo, e, daqui um pouquinho,
arrumaram-se para isentar a Ulbra e aprovaram os 11% da Previdência.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Sebastião Melo, o Projeto é dos mais simples. Este Projeto é fruto de uma
Emenda da própria Casa, que o Prefeito vetou, porque nós determinamos 24 meses
para o pagamento do déficit previdenciário. Ele mandou um Projeto propondo 36
meses, o que não tem problema nenhum. Por isso eu havia pedido urgência, acho
que, com o Parecer favorável, não há outra coisa a fazer senão votar o que é
interessante para o Previmpa.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. João Dib, pelo seu aparte.
Quanto a isso eu não vou discordar. Eu vou votar favorável ao Projeto. Só estou
fazendo uma recomposição porque considero necessário. Cada um tem o seu jeito,
o seu caminhar, o seu olhar e a sua maneira de analisar. Uns querem analisar a
árvore, outros querem analisar o meio da floresta, outros querem analisar a
floresta inteira, e outros querem analisar a floresta e meia. Eu só quero dizer
que ele está dentro de um contexto e não vou deixar de recordar que, sim,
naquele momento, para aprovar os 11% dos municipários, se isentou uma empresa
que, na minha avaliação, merece o maior respeito pela sua tradição na Saúde,
pela sua tradição na área do esporte. Mas, desculpem-me, se eu vou isentar os
poderosos deste País, o que iremos falar do povo, não é, que está pagando uma
carga tributária enorme, que tem um salário desse tamanhozinho e paga uma carga
tributária desse tamanhão? Então, não dá! Este País chegou ao ponto que chegou
em função dessas coisas. Aos poderosos as benesses da lei; aos fracos o rigor
da lei. Por essas razões é que vim à tribuna, apenas para fazer essas
considerações antes da votação do Projeto. Muito obrigado, Srª Presidenta, pela
sua paciência.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLCE nº 003/04.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, o aparte do Ver. João Dib já seria suficiente para o entendimento
do que estamos votando aqui. O Ver. Sebastião Melo fez uma elucubração, fez
aqui o seu proselitismo político em relação à questão do índice que foi
estabelecido. Se tivéssemos votado isso, Ver. João Dib, em dezembro do ano
passado, o índice poderia ter sido 9%. Não foi não por falta de esforço da
Bancada do PT e deste Vereador, mas porque, infelizmente, alguns Vereadores não
quiseram votar o Projeto no final do mês de dezembro, quando tínhamos acordado
o índice de 9%.
De qualquer
forma, o que se faz agora com este Projeto, Ver. Sebastião Melo, é a reposição
de um prazo, sem o qual o próprio Previmpa fica sem poder receber recursos
referentes à diferença da alíquota provisória de 6,75% para a alíquota que foi
estabelecida com o Projeto votado meses atrás. Se não estipularmos o prazo, não
há como o Poder Executivo começar a repassar os recursos para o Previmpa. Esta
Casa recebeu - e o Ver. João Dib lembrou bem - um Projeto que estabelecia 36
meses para que fosse repassada essa diferença de alíquotas para o Previmpa.
Esta Casa apresentou uma Emenda que estabeleceu um prazo de 24 meses, e a
Emenda foi vetada pelo Prefeito Municipal. Tendo a Emenda sido vetada pelo
Prefeito e tendo sido acolhido o Veto, ficou um branco, um vazio. E, se o prazo
não for provido agora para que o Previmpa receba esses recursos, os maiores
prejudicados serão os funcionários.
Portanto, não
há por que não votarmos este Projeto. Se não mantivéssemos a coerência, Ver.
Guilherme, nós que não vamos ser o novo Governo, poderíamos ficar nos 24 meses,
mas aquilo que nós entendíamos que era o correto para o nosso Governo nós
mantemos para o Governo que se instala a partir do dia 1º de janeiro, mantendo
a coerência, achando que o prazo mais adequado e de repasse para os cofres
municipais é o prazo de 36 meses. Não há nenhuma controvérsia maior, e eu acho
que o Projeto está pronto para ser votado, tanto do ponto de vista de
necessidade dos servidores como do ponto de vista técnico-legislativo.
Obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que solicita dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLCE nº
003/04 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO pela
unanimidade dos presentes.
Em votação o
PLCE nº 003/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO pela unanimidade
dos presentes.
Em votação a
Emenda nº 01 ao PLCE nº 003/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA pela
unanimidade dos presentes.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 4413/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 193/04, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre
à Senhora Mariza Silveira Alberton.
Observações:
- para aprovação, voto favorável
de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2.°, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do
art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por
força do art. 81 da LOM, em 17-11-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 193/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 4390/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 107/04, de autoria do Ver.
Professor Garcia, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao
Senhor Fábio Fernandes Santos Silva.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 10-11-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 107/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação o PR nº 107/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3981/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 170/04, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Vacaria um logradouro público
cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por
força do art. 81 da LOM, em 17-11-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 170/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0656/01 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/01, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre a colocação de mesas e cadeiras no passeio
público da parte frontal do Mercado Público Central - Largo Glênio Peres, pelos
permissionários de lojas. (desarquivado pelo Ver. José Valdir)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator
Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 04-03-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 017/01. (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, esse Projeto, Verª Maristela, proporciona uma boa
discussão sobre o nosso Centro da Cidade, Ver. Garcia. Eu acho que ele é um bom
Projeto. Acho que ele dá vida a esse equipamento extraordinário, fantástico,
magnífico, chamado Mercado Público da Cidade.
Agora, eu não consigo fazer a
discussão atento apenas à letra fria da lei. Um dos temas que foi mais uma vez
recorrente nessa eleição, Ver. Haroldo, foi o Centro da Cidade. O Centro da
Cidade, para todos aqueles que disputaram o pleito municipal, foi elencado como
prioridade. E isso não tem acontecido, na nossa avaliação, na toada em que
deveria acontecer. Eu vejo posições isoladas, como, por exemplo, tratar camelô
como caso de Polícia. Acho um equívoco. Camelô é vítima social de um País que
tem 20% da mão-de-obra economicamente ativa; o indivíduo não é camelô porque
quer. Esse é um aspecto que tem de ser tratado dentro de um conjunto maior.
Então eu quero
analisar a proposta das mesas no Mercado Público, Presidenta, mas quero
analisar também a possibilidade de que a gestão pública trate com dignidade a
questão do comércio informal, que dê uma oportunidade para que eles continuem
exercendo a sua atividade, que não os tirem desumanamente.
Segundo, eu
acho que, com relação à questão do Centro, Verª Maristela, sou daqueles que me
somo à tese de que nós deveríamos colocar câmeras de vídeo no Centro da Cidade.
Alguém há de dizer: "Ah, mas isso vai transgredir a pessoalidade, a
liberdade individual." Mas eu diria que, além da liberdade individual, há,
Ver. Juarez, o direito à vida. Portanto, eu acho que falar das mesas do Mercado
Público enseja falar, sim, da questão da segurança, porque não adianta haver
mesa de bar no Mercado Público e as mesas continuarem vazias, já que as pessoas
não têm coragem de sentar no entorno do Mercado Público, quando o Centro da
Cidade, como o resto da Cidade, é absolutamente inseguro. É preciso, sim,
tratar da questão de colocar as mesas, Vereador, mas é preciso tratar de outras
questões para possibilitar que o cidadão vá ao Centro, porque, senão, eu estou
tapando o sol com peneira grossa.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Sebastião Melo, eu quero dizer que também há essas preocupações a que V.
Exª se refere, mas acho que é uma forma, também, de chamarmos a atenção,
colocarmos em prática essa questão do comércio, que é importante, e, com isso,
também podemos potencializar, por exemplo, as suas preocupações. Eu acho que
nós temos que começar por algum lugar. Essa questão, assim como acontece em
todos os países de Primeiro Mundo, nós temos que começar a colocar em prática,
sem tirar o mérito das preocupações que V. Exª aqui está colocando. Muito
obrigada.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Verª Maristela Maffei, pelas suas
contribuições. Mas eu continuo nesse diapasão. Eu acho que a questão das mesas
no entorno do Mercado Público tem de estar lincada a um conjunto de ações de
políticas públicas. Por exemplo, Ver. Pedro Américo Leal, o senhor sabe que o
cidadão, lá no Centro de Porto Alegre, para ir ao banheiro tem de pagar 50
centavos de reais? O senhor acha que isso está correto? Se o cidadão que chega
ao Centro, Ver. Ervino - às vezes ele vem da Restinga com destino à Zona Norte
para buscar um emprego -, precisar usar um banheiro, se ele não tiver 50
centavos - ele não tem o dinheiro para pagar a passagem -, não poderá ir ao
banheiro, porque lá é isso que se paga. Eu quero discutir isso. Está errado!
Eu coloco mesa
no bar, sim, mas tenho de discutir essas outras questões porque senão eu vou
criar uma série de penduricalhos sem discutir o principal. E eu acho que o
principal envolve o conjunto, e esta Casa, parece-me que na próxima
Legislatura, tem que ser o palco, o cenário de uma grande discussão de
encaminhamento de políticas públicas para o Centro da Cidade. Muito obrigado,
Srª Presidenta.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 017/01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, esta matéria que está sendo objeto de discussão mereceu um Parecer
da Comissão de Justiça prolatado, vejam os senhores, no dia 3 de abril do ano
de 2001, Ver. Haroldo. O Ver. Isaac Ainhorn ainda era integrante daquela
Comissão, e o Parecer logrou ser aprovado em face do nosso voto, eis que as
posições dos Vereadores Juarez Pinheiro, Nereu D’Avila e Estilac Xavier eram
contrárias. Os Vereadores Elói Guimarães e Luiz Braz o apoiavam, e nós o
apoiamos com restrições quanto ao mérito. Por que restrições quanto ao mérito?
Nós tínhamos sustentado na ocasião - é lamentável que não esteja hoje conosco o
nosso colega Adeli Sell - que, no mérito, essa matéria já está regulada, Ver.
Wilton. Existe uma Lei vigente autorizando os comerciantes, nos seus
respectivos estabelecimentos comerciais, a aproveitarem os recuos dos passeios
públicos, com todo o regramento conseqüente para isso. Eu conheço bem essa Lei
porque ela é da minha autoria. E o passeio público tem sido utilizado
amplamente pelos comerciantes da Rua Lima e Silva; das proximidades da caixa
d’água, naquela rua junto ao Shopping Moinhos de Vento, cujo nome me escapa no
momento, e em várias outras ruas da Cidade, como lá na Rua Padre Chagas. E há
um local muito especial que eu fui conhecer há pouco tempo: no mês de setembro
eu conheci, por acaso, o aproveitamento que se faz na Av. Baltazar de Oliveira
Garcia. Na parte fronteira ao Jardim Dona Leopoldina existe um recuo
considerável, e ali as mesas são, tranqüilamente, colocadas na via pública nos
dias favoráveis a essa finalidade, realiza-se um comércio bastante intenso, sem
necessidade de lei específica para o Jardim Dona Leopoldina, para a Rua Lima e
Silva, para a Rua Padre Chagas. A Lei é geral, serve para todos os lugares com
essas características.
Então,
honestamente, eu quero dizer que essa lei é despicienda, é desnecessária. Não
precisa dessa lei para que os comerciantes coloquem no Largo Glênio Peres mesas
nos horários e nas condições preestabelecidas na legislação atual. Não há
necessidade de uma nova lei, essa é a verdade. Eu lamento que não esteja aqui o
Ver. Adeli Sell, porque eu quero dizer que a minha contrariedade quanto ao
mérito é exatamente com relação a isso.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Wilton Araújo.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Adiar a matéria, diz V. Exª? Até é uma alternativa.
Não sei se há defensores do Projeto aqui na Casa no momento. Não sei se a
Bancada do Vereador mudou de posição. Então vamos votar. Eu acho que há uma
unanimidade no sentido de que é desnecessária essa lei. Com toda a
tranqüilidade, eu estou fazendo essas colocações para que não pareça que outro
motivo exista, senão esse.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo
Pujol, V. Exª citou este Vereador; na Comissão de Justiça, dei o meu voto
favorável.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sim, porque era legal, não é?
O Sr. Luiz Braz: Exato, e V. Exª sabe que nós da Comissão de Justiça, quando estamos
votando, temos realmente uma condição diferenciada dos Vereadores de outras
Comissões. Nós votamos por legalidade ou ilegalidade, e V. Exª mesmo já afirmou
que o Projeto, no campo da legalidade, não está ferindo absolutamente nada. O
problema é que ele é despiciendo, seria uma lei despicienda, já que estaria
“chovendo no molhado” praticamente.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradecido.
Então, Srª
Presidente, deixo colocada a minha posição: se a matéria for à votação no dia
de hoje, como parece que vai, o meu voto é contrário à aprovação do Projeto do
Lei, pelas razões que já coloquei.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Eu gostaria de solicitar o adiamento desta discussão
por três Sessões.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de adiamento da discussão
do PLL nº 017/01 por três Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregôo um
Requerimento de autoria do Ver. Dr. Goulart, solicitando que a Emenda nº 25 ao
PLE nº 047/04 seja votada em destaque.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 1605/01 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 085/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que autoriza o Poder
Executivo Municipal a aproveitar as pedreiras desativadas, existentes no
Município, para fins turísticos e culturais.
Pareceres:
- da CUTHAB. Relator Ver.
Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver.
Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- por resultar empatado, deixa de
constar o parecer da CCJ, nos termos do art. 54, § 1.º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em
04-03-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 085/01. (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, encontra-se na Pauta desta Casa, Ver. Nedel, Projeto de Resolução
para mudança do Regimento Interno, e eu venho a esta tribuna para externar
aquilo que tenho tentado transmitir aqui em relação aos Projetos autorizativos.
Ver. Nedel, é uma matéria como tantas outras, extremamente meritória, mas acho
que a Casa tinha de encontrar uma forma, Ver. Garcia... Por que de que adianta
eu autorizar o que está na Lei? Por que eu vou autorizar aquilo que já está
autorizado? Isso é uma redundância, uma perda de tempo! Então, o Legislativo tem
de encontrar um caminho para fazer indicativos ao Poder Executivo, que poderão
ser aproveitados ou não, de sugestões dos Vereadores, pois eu acho que há
extraordinárias idéias que brotam aqui neste Plenário. Agora, tenho uma posição
sobre isso e quero mais uma vez ressaltar que o mérito é extraordinário, mas o
problema é que os Projetos autorizativos não têm absolutamente nenhum valor,
Ver. Elói Guimarães. Então, esse momento de reformulação que a Casa está
pretendendo fazer é bom para enfrentarmos essas questões. Dessas coisas que
acontecem no plenário, a gente acaba às vezes discutindo numa Comissão uma
série de questões que lá “no frigir dos ovos” não tem nenhum valor legal. E
volto a dizer, meu querido Ver. Nedel, respeitosamente, não se trata de uma matéria...porque
eu já vi aqui Projetos autorizativos de vários Vereadores, inclusive muitos dos
Projetos autorizativos que vem de parte da Bancada do Governo são feitos no
Executivo. Agora, eu nunca vi um da oposição ser realizado.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Fui agraciado pelo Prefeito com dois Projetos autorizativos, porque
não havia outro recurso, é um cutucão, é uma lembrança que a gente dá. Os
advogados, em geral, são contra; V. Exª é bacharel e é contra. É como a pena de
morte: são contra. Mas lembre V. Exª que a subestação do Corpo de Bombeiros
surgiu de um Projeto autorizativo; a 1ª Cia do 9º BPM também de um outro
Projeto autorizativo; essa região toda sobre a qual o Ver. Braz hoje discutiu e
que o PT me brindou desapropriando, trazendo para o Município, que hoje entrou
em cogitação, essa região do casario da CEEE, veio de outro Projeto
autorizativo. Então, V. Exª entenda bem o que estou dizendo, não coloque “a
viola no saco” de repente, mas fique de atalaia, porque Projeto autorizativo é
um cutucão que a gente dá no Executivo: “Olha, Executivo, olha aqui, quem sabe
aproveita isso!” Essa é a minha contribuição no apagar das luzes da minha
passagem.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Pedro Américo Leal, V. Exª tem
dado ao Rio Grande do Sul e a Porto Alegre...apesar de termos aquilo que eu
digo: as nossas diferenças, muitas vezes, nos qualificam. Eu agora, por
exemplo, estava lendo o livro escrito pela Jane Kuhn, onde há um relato em que
V. Exª ia lá apagar o cristal da Rádio Guaíba. Já estava em cima da ponte,
estava lendo e, lá pela madrugada, comecei a lembrar do seu semblante e sorrir
daquele momento triste da vida brasileira. Não concordo com nada daquilo, mas
tenho de respeitar que V. Exª cumpriu um papel de quem achava que aquele era o
caminho da hora certa.
Isso que V.
Exª acaba de dizer, Ver. Pedro Américo Leal, não perde o valor, deveríamos
criar aqui um departamento, um link com
a Prefeitura, onde, por intermédio de um Requerimento, o Vereador fizesse um
indicativo dizendo: “Olha, nós achamos, Sr. Prefeito, que é importante para a
questão do turismo essa questão das pedreiras”. Bom, o Prefeito vai receber
esse indicativo da Câmara e adotar ou não, mas não em forma de Projeto de Lei. Eu
acho que o procedimento pode ser um indicativo ao Prefeito, mas não em forma de
Projeto de Lei. Essa é a minha discordância.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Infelizmente, eu não posso conceder aparte, porque
terminou o meu tempo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o
PLL nº 085/01.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete
Moraes; Ver. Ervino Besson, também compondo a Mesa; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, temos hoje aqui vários membros da nossa
Comissão de Justiça. Vejo aqui o meu amigo Ver. Juarez Pinheiro e os Vereadores
Reginaldo Pujol, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Maristela Maffei e Carlos
Pestana. Parece que a Comissão de Justiça está hoje totalmente composta aqui
neste plenário. E nós temos, lá na Comissão de Justiça, uma divisão entre os
Vereadores que aceitam esses Projetos autorizativos e aqueles que acreditam que
esses Projetos não deveriam existir. Eu estou agrupado entre aqueles Vereadores
que acreditam que esses Projetos realmente fazem bem para as discussões dentro
do Legislativo. É claro, Ver. Juarez Pinheiro, é como a frase que o Ver. Elói
Guimarães já pronunciou várias vezes aqui: “É fogo que não queima, é água que
não molha”. Essa frase está quase correta! Quase correta! Se não fossem as
lembranças feitas pelo Ver. Pedro Américo Leal, que estava perfeito em suas
colocações.
Imaginem só os
senhores que, se o Projeto autorizativo fosse totalmente coerente com a frase
do Ver. Elói Guimarães, ele não teria surtido os efeitos que o Ver. Pedro
Américo Leal disse que já fez surtir quando tramitou em vezes passadas aqui.
Então, quer dizer que é bom a gente ter esses Projetos sendo discutidos aqui na
Casa, porque de repente, Ver. Pedro Américo Leal, é uma lembrança que podemos
fazer ao Executivo. Em uma determinada questão em que nós, Ver. Guilherme
Barbosa, não podemos atuar através de lei, por não estar no nosso campo de ação,
poderíamos, de alguma forma, dar uma contribuição por intermédio desses
Projetos autorizativos. Diríamos ao Executivo: “Olha, se você quiser resolver
essa questão dessa forma, aí está toda a condição e a idéia para que você possa
seguir”. Eu acho que essa é uma obrigação desta Casa Legislativa, que tem o
dever de administrar a Cidade.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Agradeço o aparte, Ver. Luiz Braz, mas o Ver. Pedro
Américo Leal esqueceu de contar uma parte da história. Na verdade, ele primeiro
foi ao Prefeito - na época, o Prefeito Tarso Genro, na sua primeira
administração - e vendeu a idéia, digamos assim, no bom termo da venda de
idéia. O Prefeito concordou com ele e pediu ao Ver. Pedro Américo Leal para manter
a autoria, inclusive sobre a questão da construção de um posto de bombeiros
atrás da Prefeitura. Vejam que fez bem o Vereador, foi ao Prefeito, conseguiu
que esse absorvesse a sua idéia. Se não há isso, o Projeto de Lei vira um
instrumento inútil. Obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Guilherme Barbosa, V. Exª tem sido, realmente, um dos bons
Vereadores aqui desta Casa, e eu peço a V. Exª apenas que me ajude nesse
raciocínio. Em qualquer processo democrático, absolutamente normal, eu acredito
que o Legislativo poderia fazer isso por intermédio de sugestões. E essas
sugestões poderiam ser feitas através de um Projeto dessa natureza, lembrando
que a solução para um determinado problema que a sociedade está vivendo pode
ser feita desta ou daquela maneira. O Ver. Pedro Américo Leal, elegantemente,
foi até o Prefeito da Cidade e solicitou que ele fizesse um Projeto dessa
natureza, mas ele não precisaria fazer isso. Ele poderia simplesmente fazer o
Projeto, e, se o Prefeito Tarso Genro realmente utilizasse todos os seus
princípios de democracia, poderia aceitar o Projeto do Ver. Pedro Américo Leal,
mesmo sem ele ter ido lá. Concordam comigo? E o Ver. Pedro Américo Leal teria
dado, sem falar com o Prefeito Tarso, a sua contribuição para resolver um
problema da Cidade.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu não direi que V. Exª é um advogado e um Parlamentar inteligente. Não, mas é
hábil porque não está abrindo mão de um recurso que a Câmara tem. Pois, se nós
temos o Projeto autorizativo, por que vamos abrir mão dele? Eu fico pasmado de
ver advogados virem à tribuna e abrirem mão de um recurso. E advogados
inteligentes! Por isso eu neguei a palavra. Eu não classifiquei V. Exª como um
advogado inteligente; é hábil. V. Exª é hábil, não está abrindo mão de
recursos.
O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Pedro Américo Leal, que tem uma família de extraordinários operadores de
Direito: a gente não abre mão de recursos de um processo que não existe. Na
verdade, não existe um processo. É uma autorização em cima de um processo que,
na verdade, autoriza o que a Lei já autoriza. Então, eu não estou abrindo mão
de um recurso, porque, na minha avaliação, o processo não existe.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebastião Melo, acontece que esse tipo de Projeto é um instrumento
que nós temos numa Casa Legislativa para discutirmos os diversos assuntos que
estão, na verdade, problematizando a nossa sociedade. Eu acho que esse é um
instrumento, e nós devemos utilizar todos os instrumentos que temos para fazer
aqui, Ver. Haroldo de Souza, as discussões que a sociedade espera que façamos
em todas as áreas, todas elas. Nós não podemos abrir mão de nenhuma delas para
ajudarmos realmente a administrar a Cidade. Muito obrigado,
Vereadora-Presidenta.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir o PLL nº 085/01.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, disse bem o Ver. Luiz Braz que esta Casa é uma Casa política, uma
Casa de discussões de projetos, de alternativas, de ações em prol da nossa
Cidade. Por que tudo precisa ser lei? Por que não podem ser ações que visem
beneficiar a comunidade, embelezar a nossa Cidade? Por que não?
O ilustre Ver.
Guilherme Barbosa disse que o Ver. Pedro Américo Leal foi visitar o Prefeito e
acertou com ele a sugestão do Corpo de Bombeiros na Av. Mauá. E por que o
Prefeito não vem dialogar com os Vereadores, se é o mesmo caminho? Projetos
bons, projetos inteligentes, sim; projeto para melhorar a nossa Cidade, sim.
Por que o Prefeito não pode vir à Câmara e ter o mesmo diálogo que o Ver. Pedro
Américo Leal teve com o Sr. Prefeito? O Sr. Prefeito também pode ter diálogo
com a Câmara!
Pois bem, eu
gostaria de entrar no mérito deste assunto. Este Projeto autorizativo é de
2001, faz três anos que está em andamento nesta Casa. Foi de uma visita que fiz
a Curitiba. Curitiba fez, Ver. Haroldo - V. Exª que conhece bem, é paranaense
-, a Ópera de Arame, local onde funcionava uma antiga pedreira. Está lá a Ópera
de Arame que se constituiu na grande atração turística de Curitiba. Ao lado da
Ópera de Arame, fizeram um Centro de Eventos, de shows, em uma pedreira que
estava abandonada, onde o Papa rezou uma missa e onde Roberto Carlos e outros
grandes artistas fazem grandes espetáculos. Um pouco mais adiante, também em
Curitiba, há o Parque Tanguá, onde
se fez um lago embaixo da pedreira, fez-se um mirante, um belvedere, Ver.
Haroldo. E não contente com isso, pegou a água do lago e fez uma cascata
artificial, embelezando a cidade de Curitiba, criando uma atração turística, um
parque de lazer para os curitibanos e para os visitantes.
É uma sugestão
ao Sr. Prefeito, sim. Ele pode fazer se quiser, mas a Câmara tem obrigação de
levar ao Executivo as boas sugestões. Ele vai discutir com o seu secretariado,
vai chamar os Vereadores e implantar ou não. Este Projeto prevê parceria com o
setor privado, o Executivo não precisará gastar recursos. Faz uma parceria com
entidades ou empresas para que implantem em benefício da Cidade.
O Projeto
autorizativo é também um instrumento dos Vereadores para sugerir importantes
medidas para a nossa Cidade. Eu peço aos Srs. Vereadores que aprovem essa
sugestão, porque é importante e muito boa para a Cidade. A nossa Cidade merece
um melhor tratamento paisagístico, merece um melhor tratamento das opções
turísticas. Ora, nós temos imensas atrações turísticas. E as pedreiras
abandonadas lá no Morro Santana, lá ao lado do Morro do Osso, por que não? Lá
na Lomba do Pinheiro, onde não estão abandonadas? É uma opção futura, por que
não? O Prefeito irá decidir. Nós da Câmara temos obrigação de dar boas idéias a
ele, sim.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLL nº
085/01.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras
Vereadores, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em primeiro lugar, gostaria
de dizer ao nobre Ver. Nedel que este Projeto é de um mérito indiscutível, um
Projeto realmente para o futuro da nossa Cidade e que pode ser discutido. Mas
acho que temos que ir pela mesma linha do Projeto anterior, que tratava a
questão das mesas do Mercado Público. Há um novo projeto que está sendo
discutido na Cidade; Porto Alegre terá novos gestores com o “Partido da
mudança”. Nós temos de discutir também com esses interlocutores sobre este
Projeto, já que ele diz respeito ao Executivo Municipal de Porto Alegre. Como
afirmou o Ver. Luiz Braz, nós estamos em uma democracia, portanto temos de
respeitar esse novo momento da Cidade, para que todos os interlocutores venham
então a discutir. Do meu ponto de vista, acho que deveríamos adiar a votação
deste Projeto, bem como a do Projeto que faz referência às mesas do Mercado
Público, para buscarmos os interlocutores da nova gestão de Porto Alegre, já
que é um Projeto do Executivo, e não simplesmente sermos irresponsáveis,
aprovarmos aqui nesta Casa e, depois, largarmos essa problemática futura na mão
do novo Prefeito sem haver uma maior discussão. Acho que construímos assim a
democracia. Então, estou encaminhando para que possamos adiar essa discussão,
até por ser um belo Projeto, um Projeto bom, sério, para que possamos discutir
com os novos segmentos que estão vindo para esta Casa.
Eu só queria
dizer ao Ver. Sebastião Melo que ninguém é tão perfeito assim. Até mesmo o Ver.
Sebastião Melo fez um Projeto que tinha vício de origem, que era pertinente ao
Executivo, que foi a criação da linha Restinga-Belém Novo. Portanto, a gente
também tem que se olhar de vez em quando e aprender... Aliás, esta é uma Casa
em que a gente está aprendendo todos os dias, Ver. Sebastião Melo. Não fique
constrangido, é assim mesmo, tá!
(Não revisto
pela oradora.)
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, frente à manifestação da Verª
Maristela Maffei, eu requeiro que a nossa Diretoria Legislativa faça a busca do
Projeto de minha autoria, porque faço questão de dizer ao Plenário que o meu
Projeto não é autorizativo. Eu nunca fiz Projeto autorizativo e não vou
permitir esse tipo de procedimento, que eu diria irresponsável.
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Ver. Sebastião Melo, eu vou solicitar à Diretoria
Legislativa para que faça chegar às suas mãos o Projeto.
O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 085/01.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, há muito eu discuto matéria desta natureza envolvendo os
denominados Projetos autorizativos, que a legislação brasileira parlamentar
desconhece, a não ser em determinadas circunstâncias. E nós não temos aqui
elencado na Lei Orgânica, no nosso Regimento e nas demais normas internas essa
figura do Projeto autorizativo. Se fizermos uma pesquisa, Ver. Juarez Pinheiro
- em homenagem a V. Exa, que é um advogado, e temos outros advogados -, e
buscarmos aprofundar a estrutura da Lei, vamos ver que há um componente que é
indissociável da sua natureza, que é a cogência, que é a imperatividade. O Ver.
Luiz Braz citou - e eu venho citando há muito - que lei que não vige, lei que
não tem cogência, ou seja, que não vigora, é “como fogo que não queima, água
que não molha”. Essa é a configuração que dou ao Projeto autorizativo. Como
instrumentos tanto no campo judiciário quanto no campo legislativo, esses
instrumentos têm pressupostos, e um dos pressupostos da lei é sua cogência, a
sua aplicação. Quando eu disponho: “Fica o Poder Executivo autorizado a fazer
ou deixar de fazer...”, o que estou a dizer? Estou a dizer que faz se quiser, se
assim entender. Isto é matéria típica do Pedido de Providências: “Solicito ao
Sr. Prefeito Municipal providências para adotar isto, aquilo, ou aquilo
outro...” e não Projeto de Lei, porque, enquanto lei, ela tem de ser observada.
E, na medida em que digo ao Chefe do Executivo que ele fica autorizado, pura e
simplesmente, ele faz ou não faz.
Por outro
lado, é discutível também o convalescimento, por assim dizer, de uma norma
dessa natureza que tenha o conteúdo autorizativo. Eu entendo que mesmo a sanção
do Prefeito não tem o condão de tornar a norma cogente, porque ela traz um
vício congênito no seu nascedouro, que é exatamente o Legislativo. Então, nós
teríamos de substituir Projetos dessa natureza por Pedidos de Providências, que
têm, na minha opinião, do ponto de vista da produção laboral do Vereador, o
mesmo efeito. O que pode acontecer e que invariavelmente tem acontecido?
Deixa-se a critério, ao livre arbítrio do Prefeito escolher o Vereador que vai
contemplar com a sanção, por assim dizer. Então, são coisas que refogem do
âmbito dos plenários e das decisões.
Portanto, nós entendemos que tem
mérito a matéria, só que a forma é absolutamente inadequada, Ver. Ervino
Besson: atingir os fins pelos quais se concebe a lei. Temos dificuldades, não
neste Projeto de autoria do Ver. João Carlos Nedel, objetivamente, mas em todos
os Projetos que têm esse matiz de absoluta ineficácia. Inexeqüibilidade, a
critério do Chefe do Executivo. Fica aqui a nossa manifestação, com a vênia do
autor, do seu esforço, mas que se transforme esta matéria em Pedido de
Providências. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 085/01. (Pausa.) Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir o PLL nº 085/01.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, este engenheiro, durante várias atividades da
vida pública, conviveu muito com os advogados. E aqui na Câmara, no meu primeiro
mandato, fui compor a Comissão de Constituição e Justiça. Com essa convivência
aprendi bastante e tomei, Ver. Elói Guimarães, uma posição inarredável, uma
posição firme e definitiva contra todos os Projetos autorizativos, independente
do mérito.
O mérito deste
Projeto que estamos discutindo é importante. É muito interessante a idéia do
Ver. Nedel, mas a própria expressão - e acho que V. Exª , que é advogado,
concorda comigo - já é, por si mesma, uma indefinição, uma excrescência: uma
lei autorizativa. E por duas razões: uma lei é uma regra de aplicação
obrigatória para todos no âmbito geográfico na qual ela se aplica - no
Município, no Estado ou na União. Primeira questão: ora, se ela é autorizativa,
ela passa a ser, portanto, de utilização e obediência a critério do Chefe do
Executivo. O segundo fato é autorizar o Chefe do Executivo a fazer aquilo que
ele já podia fazer antes. Inclusive, por unanimidade, também concorda a nossa
Bancada, adiamos o Projeto que definia que os permissionários do Mercado
Público poderiam colocar banca no Largo Glênio Peres. Ora, se o Prefeito
quiser, ele pode autorizar isso, já faz parte das suas atribuições, da mesma
forma, com esse outro Projeto que é agora motivo da nossa discussão e do nosso
debate.
O exemplo que
foi citado aqui, da iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal, eu acompanhei.
Rigorosamente, na ocasião, o Prefeito Tarso Genro poderia, se quisesse, mandar
o Projeto de Lei para a Casa, mas ele não o fez porque foi gentil com o Ver.
Pedro Américo Leal. Ao acatar a idéia do Ver. Pedro Américo Leal, ele deixou
que o Vereador apresentasse esse Projeto de Lei autorizativo para manter
consigo a iniciativa. A idéia, de fato, foi do Ver. Pedro Américo Leal, mas o
Prefeito Tarso Genro não precisava dessa Lei. Então, eu acho que é uma perda de
tempo, eu acho que é fazermos de conta que estamos legislando, é, de certa
maneira - estou sendo um pouco duro agora -, enganar a população, ou seja,
autorizar o Prefeito a fazer aquilo que ele já podia fazer. Não haveria
necessidade desse diploma novo, porque já faz parte de suas atribuições.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Mas imagine V. Exª
que, até o momento em que o Ver. Pedro Américo Leal entrou em contato com o
Prefeito Tarso, ele ainda não tinha tomado nenhuma decisão a respeito do
assunto, só vindo a se decidir após o contato com o Ver. Pedro Américo Leal e
com o Projeto que ele apresentou na Casa. Então, quer dizer, o Projeto teve
algum tipo de efeito.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Se eu não estou enganado, o Projeto de Lei do Ver.
Pedro Américo Leal veio posteriormente à conversa. Mas, de qualquer forma, Ver.
Luiz Braz, isso é indiferente, porque o que valeu foi o Prefeito, na época,
aceitar a idéia. O Vereador, de certa maneira, não precisa apresentar um
Projeto que vai tramitar na Câmara, sobre o qual todos nós nos debruçaremos -
neste momento, há mais de meia hora, com certeza, estamos debatendo-o aqui -,
porque a manifestação pública, a mobilização política o Vereador pode fazer sem
apresentar um processo aqui, sem fazer de conta que vai ser uma lei. Isso não é
uma lei - permitam-me os advogados! Esse instrumento não é uma lei, porque, por
definição, lei é um instrumento que obriga todos a cumprir, se é uma opção do
Chefe do Executivo cumprir ou não, rigorosamente não é uma lei, é um
instrumento de pressão política. É válido, pode ser, mas não haveria
necessidade de existir esse instrumento, esse processo que vai tramitar na Casa
preenchendo várias folhas de papel e o tempo de todos nós, porque essa
mobilização, essa pressão política o Vereador pode fazer sem o Projeto de Lei.
Portanto, há
muito tempo eu tenho esta posição: quanto a Projeto de Lei autorizativo, sou
contra sempre, independente do mérito.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Só queria dizer a V. Exª que estamos diante de uma realidade: a intransigência
dos bacharéis! Esta Casa está vivendo a intransigência dos bacharéis! V. Exª é
engenheiro...!
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sim, mas esse raciocínio não tem a ver com
bacharel, não. Esse raciocínio tem a ver, única e exclusivamente, com o
bom-senso. Obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLL nº 085/01, por cedência de tempo do Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, colegas
Vereadoras e colegas Vereadores, eu volto a me manifestar, Ver. Pedro Américo
Leal, porque no debate nós vamos burilando, melhorando e qualificando os
melhores procedimentos. Há várias formas de pressão política. A forma que Exª
encontrou, com o crédito que tem, pela história de luta pública que tem, foi a
de procurar o Prefeito Municipal, pedir uma audiência, e o Prefeito achou que
era uma boa idéia e a encampou. Vossa Excelência poderia ter feito cinco
Projetos autorizativos sobre o mesmo tema. Se V. Exª não tivesse conversado com
o Prefeito, talvez não tivesse logrado êxito.
O que eu quero
dizer, Ver. Braz, é que não estou querendo acabar com a questão, eu só acho que
o procedimento está errado. Se é na forma de Pedido de Providência, Ver. Elói,
eu não sei; se é um Requerimento que o Plenário vota e vai ao Prefeito, até
pode ser. Eu só acho que não é Projeto de Lei. Por que eu vou autorizar a fazer
aquilo que a Lei já me autoriza a fazer? Isso não é Projeto de Lei. Isso é
qualquer outro nome, menos lei.
Eu quero
dizer, Verª Maristela - e eu tenho um carinho muito especial por V. Exª , que é
uma boa debatedora, uma extraordinária colega neste Plenário -, que eu nunca
fiz um Projeto autorizativo. O meu Projeto, o da lotação de Belém - o qual eu
estou aguardando que me repassem aqui, se possível ainda enquanto eu estiver na
tribuna -, não é autorizativo; ele determina que a municipalidade coloque à
disposição daquela comunidade um meio de transporte que não é nem lotação. Na
verdade, foi construído aqui um terceiro modal que não é nem lotação, nem
ônibus - e V. Exª participou desse debate. Então, não é um Projeto
autorizativo, eu nunca fiz isso. Quero dizer, mais uma vez, que não vou fazer,
enquanto estiver nesta Casa, Projeto autorizativo, porque acho que esse não é o
instrumento mais eficiente. É nisso que eu acredito.
Eu sei que V.
Exª e este Parlamento não têm memória curta, mas V. Exª quis insinuar, aqui,
que eu estava fazendo demagogia, porque eu estava sendo contra um Projeto de um
colega, e isso não é verdade. Se fosse levar nesse diapasão, eu poderia dizer
que V. Exª pertence a um Governo que tem “sugado o sangue” do trabalhador, mas
V. Exª teve a audácia de manifestar nesta tribuna e, mais do que isso, de
colocar uns 50 outdoors nesta Cidade
dizendo que defende a aposentadoria da dona-de-casa! No entanto, o seu Governo
nega o direito dos trabalhadores, e V. Exª faz esse tipo de procedimento.
Então, isso tem um nome, o qual eu até nem vou citar, vou parar por aqui. O que
eu quero dizer é que não tenho caminhado nessa direção. Eu apenas quis lembrar
isso, porque o povo pode até ter memória curta, mas eu não.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Sebastião Melo, de forma alguma eu achei que V. Exª estivesse sendo
demagogo ou tivesse caído em contradição. Agora, do meu ponto de vista e do de
vários Parlamentares desta Casa, é autorizativo, mas foi um mérito seu, V. Exª
fez uma discussão legítima, foi uma forma de pressionar. Eu só quis dizer que
V. Exª também já utilizou alguma forma, com habilidade, como V. Exª tem, mas eu
vou continuar na luta pela aposentadoria da dona-de-casa, porque não é uma coisa
minha apenas, é de milhares de mulheres. Se o meu Presidente, se o seu
Presidente é contrário, isso é uma questão de independência dos movimentos
sociais, e eu sigo nessa linha como V. Exª Muito obrigada.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Acho que V. Exª antes de botar outdoor tinha que convencer o seu Partido, que está contra o povo e
a favor dos poderosos. Se a Vereadora colocasse outdoor a favor dos banqueiros, eu sei que teria apoio do
Presidente Lula, mas, a favor das donas-de-casa, V. Exª não vai ter apoio.
Então, tem que reformular essa posição sobre os outdoors, não é?
Eu queria
agradecer, Srª Presidenta, e dizer que nós, mais uma vez, queremos gizar,
sublinhar, destacar o mérito. Eu tenho questionado em alguns debates, Ver.
Juarez: por que não fazer um museu do vinho em Porto Alegre? Imaginem que bela
obra para Porto Alegre, e aí poderia, inclusive, começar por essas localidades.
Portanto, eu
acho que tem mérito; só acho que o procedimento é que não está correto. Muito
obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLL nº 085/01.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, já se dizia
muito antes de Cristo que a lei inócua é a pior inimiga da boa lei. Nós estamos
aqui discutindo algo que não há por que fazer tamanha discussão, demonstrações
de conhecimentos jurídicos, técnicos. Na verdade, talvez nós devêssemos olhar o
perigo que as pedreiras desativadas podem trazer ao meio ambiente e à vida
humana também.
Eu já vivi um
problema desse tipo. Eu era assessor-engenheiro, e havia uma pedreira
desativada na Rua Orfanotrófio. Não havia lei, não havia nada, mas tinha que ser
cuidada. De repente, acumulou-se água, e as crianças achavam que podiam nadar
naquela água. Morreu uma, morreram duas, morreram cinco, e, quando morreram a
sétima e a oitava, o assessor-engenheiro foi chamado, a pedreira foi esvaziada,
foi aterrada. Então, talvez, nós devêssemos estar preocupados com o perigo da
pedreira desativa e não-cuidada na forma que determina a engenharia.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Lembro que, no passado, em 1967 - acho que foi quando aconteceu isso -, na Rua
Orfanotrófio, havia uma pedreira, e eu solicitei que se aterrasse, estavam
morrendo crianças. Deve ser a mesma pedreira. Eu era Chefe de Polícia e -
naquele tempo as ordens eram executadas, o que não se dá agora - solicitei à
Prefeitura que aterrasse aquele açude que se formou, porque três crianças se
atiraram ali e, naquela farra de guri, morreram.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Exatamente. Eu digo que essa Lei não há por que ser
discutida, pode ser votada ou não, aceita ou rejeitada, não vai mudar a Cidade.
Agora, o cuidado com as pedreiras já desativadas deveria ocorrer. Mas há
Projetos muito mais importantes que esta Casa não discute, como, por exemplo, a
restauração no Plano Diretor da área rural, que está aqui há quatro ou cinco
anos, de autoria deste Vereador, e que não consegue ver votado.
Então, nós
ficamos discutindo aqui, quando hoje também está na Ordem do Dia o Orçamento
para o ano que vem. Mas estamos discutindo a pedreira desativada, se autoriza
ou não o Prefeito. É verdade que a Prefeitura, ao longo desses 16 anos, tem
feito alguns Projetos meio esquisitos. Por exemplo, eu já vi assinar Projeto de
autorização em Sessão Solene, no salão nobre da Prefeitura; a Verª Maria do
Rosário apresentou aqui um Projeto de Lei autorizando a Prefeitura a fazer um
monumento e foi assinado em solenidade no Paço Municipal. Então, ou queremos
que se arrumem as pedreiras, ou deixem como estão; está tudo muito bem. Agora,
é preciso ter uma preocupação com os problemas que as pedreiras, que hoje estão
desativadas, podem criar à coletividade, isso era muito mais importante do que
discutir se vamos fazer aproveitamento turístico ou não. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir
o PLL nº 085/01.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, é importante, sim, esta Casa debater esse assunto. Uma das maiores
figuras deste País - por que não dizer, Ver. Sebenelo? - que se preocupava com
as pedreiras e a sua importância no aspecto cultural, turístico e paisagístico
para a cidade de Porto Alegre foi José Lutzenberger, ele lutou para preservar
as pedreiras. Havia projetos, por exemplo, Ver. Luiz Braz, para transformar as
crateras de algumas pedreiras nos morros em aterros sanitários, o que
acarretaria um empobrecimento paisagístico dos respectivos morros. O Ver.
Nedel, inteligentemente, é sensível a essa história de Porto Alegre. Não
podemos deixar de mostrar para as futuras gerações que houve uma época em que
nós, porto-alegrenses, para urbanizar a Cidade, para calçar ruas, retirávamos
pedras dos morros.
E estamos agora debatendo - é uma idéia do
Ver. Juarez Pinheiro - no sentido de que, em vez de ser um Projeto de Lei
autorizativo - seria alterado pelo próprio autor, Ver. João Carlos Nedel -, as
pedreiras se transformem em patrimônio cultural e turístico da cidade de Porto
Alegre. E aí está correto.
Vejam, pela
Lei Orgânica do Município, os nossos morros são patrimônio da cidade de Porto
Alegre, isso está expresso na Lei Orgânica, e as pedreiras estão nos morros da
Cidade. Portanto, não deixaria de ser uma certa regulamentação do que já dispõe
a Lei Orgânica do Município se a Emenda do Ver. João Carlos Nedel for
apresentada. E com certeza teria de ser aprovada por unanimidade desta Casa,
porque ela vem atender, Ver. Wilton Araújo, dispositivo da Lei Orgânica do
Município, porque patrimônio cultural e turístico já é e as pedreiras estão nos
morros. Nós temos que mostrar que houve uma época - volto a insistir - sem
preocupação ambiental, sem preocupação paisagística, meramente pragmática,
desenvolvimentista, uma época que não pertenceu só a cidade de Porto Alegre;
foi uma fase triste da humanidade em que, Ver. Besson, o preço do progresso, entre
aspas, valia tudo, e nós dizimamos os nossos morros, que hoje podem servir,
Ver. Nedel, como patrimônio cultural e turístico, o que sempre pregou José
Lutzenberger.
Aliás, Verª
Margarete Moraes, V. Exª que atua na área cultural, grande parte dos paralelepípedos
das nossas ruas provêm de Itapuã, que é o basalto róseo, com preço de ouro na
Europa, no Japão e que está aqui como calçamento. E o pior é que estão
asfaltando esses basaltos róseos, isso é um absurdo total. Nós jamais
poderíamos, em primeiro lugar, colocar basalto róseo, que tem um preço incrível
no mercado internacional, para calçar as nossas ruas, e pior ainda é asfaltar
depois!
Essa é a
realidade histórica da cidade de Porto Alegre, que nós, no século XXI, não
podemos deixar que se perca. E é essa, justamente, a perspectiva, a vontade do
Ver. João Carlos Nedel, que agora está apresentando uma Emenda para, em vez de
se transformar em autorizativo, se transformar em Projeto de Lei, pelo qual
fiquem instituídas como patrimônio cultural e turístico da Cidade as pedreiras
de Porto Alegre.
Parabéns,
Ver.João Carlos Nedel, sensível à história, à cultura e à paisagem da cidade de
Porto Alegre. Com certeza, com a colaboração do Ver. Juarez Pinheiro, nós vamos
aprovar por unanimidade este Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Apregôo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. João
Carlos Nedel e do Ver. Beto Moesch, ao PLL nº 085/01(Lê.): “Dê-se ao art. 1º do
Projeto de Lei a redação que segue: Art. 1º - Ficam as pedreiras desativadas,
existentes em Porto Alegre, consideradas como áreas de interesse turístico e
cultural. Justificativa: da tribuna. Porto Alegre, 17 de novembro de 2004”.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Srª Presidenta, eu não sou especialista em técnica
legislativa, mas parece-me que tem de ser um substitutivo e não uma emenda,
porque muda o teor, portanto não se trata de emenda. Na minha avaliação, tem de
ser um substitutivo.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ouvindo o Ver. Sebastião Melo, consulto a Diretoria
Legislativa, que vai examinar o Processo original. (Pausa.) Ver. Sebastião
Melo, segundo a Diretoria Legislativa, não se altera todo o Projeto de Lei,
apenas o art. 1º, portanto não há incompatibilidade jurídica.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel solicitando que se dispense o
envio às Comissões da Emenda nº 01 ao PLL nº 085/01. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.
Não há mais
quem queira discutir o PLL nº 085/01. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em votação a
Emenda nº 01 de autoria do Ver. João Carlos Nedel e do Ver. Beto Moesch ao PLL
nº 085/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA por unanimidade.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Srª Presidenta, peço desculpas por me atravessar
aqui. Consultei a Casa, e, em nenhum momento, após a morte da autoridade
palestina Yasser Arafat, foi feito um minuto de silêncio em sua homenagem nesta
Casa. Solicito, então, um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Yasser
Arafat.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Deferimos o pedido.
(Faz-se um
minuto de silêncio.)
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 2538/04 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 078/04, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que concede o Prêmio
Mérito Sindical ao Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 20-10-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 078/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3823/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 162/04, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Nortran um logradouro público
não-cadastrado, localizado no loteamento Nordeste.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por
força do art. 81 da LOM, em 17-11-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 162/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0105/04 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 025/04, de autoria do Ver. Zé Valdir, que concede o Prêmio
de Educação Thereza Noronha à Professora Ana Alice Dalcin Zorzi.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 20-10-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 025/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
pela unanimidade dos presentes.
(O Ver. Ervino
Besson reassume a presidência dos trabalhos.)
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0077/04 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 007/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui a Feira
de Troca de Livros e dá outras providências. Com Substitutivo n.º 01. (anual/setembro/certificado)
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do
Projeto e aprovação do Substitutivo n.º 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Gerson Almeida: pela rejeição do Projeto e aprovação do
Substitutivo n.º 01;
- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela rejeição do Projeto e aprovação do
Substitutivo n.º 01;
- da COSMAM. Relator Ver. Almerindo Filho: pela rejeição do Projeto e aprovação do
Substitutivo n.º 01.
Observações:
- prejudicada a votação do Projeto
nos termos do art. 55 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em
29-09-04.
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Em discussão o do PLL nº 007/04 com Substitutivo nº
01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o Substitutivo nº 01.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos
presentes, restando prejudicado o Projeto original.
(A Verª
Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Ervino Besson.
Antes da próxima
votação, eu quero registrar e agradecer a presença de personalidades nacionais
no Seminário sobre o Encerramento do Exercício e Prestação de Contas, uma
promoção da Abrascam. Também quero
citar a nossa funcionária Nara e o Dr. Heraldo da Costa Reis, Contador, Mestre
em Ciências Contábeis pelo Instituto Superior de Estudos Contábeis da Fundação
Getúlio Vargas, Professor da disciplina de Gestão Governamental e Controle no
Curso de Mestrado em Ciências Contábeis da UFRJ, Professor da Escola Nacional
de Serviços Urbanos - IBAM/RJ -, autor e co-autor de livros e artigos sobre
finanças, orçamento, contabilidade e auditoria, membro da Comissão de Contas
Públicas do Conselho Federal de Contabilidade. É uma honra recebê-lo na Câmara
Municipal de Vereadores de Porto Alegre.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 4449/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 343/03, de autoria do
Ver. Carlos Pestana, que institui a Semana Municipal da Habitação e dá outras
providências. (estabelece o Dia e a Semana da Habitação/dia 30 e 1ª semana de
dezembro)
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- por resultar empatado, deixa de
constar o parecer da CCJ, nos termos do art. 54, § 1.º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da
LOM, em 01-09-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 343/03. (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu vim aqui pensando, Ver. Juarez Pinheiro, que, em vez de criar a
Semana da Habitação, tem de se fazer habitação. São 16 anos no Governo, sendo,
inclusive, o meu querido Ver. Carlos Pestana Diretor do DEMHAB, com uma
política minguada: em 16 anos foram feitas 10.500 casas, sendo que a maioria
delas, Ver. Wilton, de 32 metros quadrados, com o entorno da casa muito
complicado, geralmente de chão batido, a não ser em véspera de eleição, quando
aí eles vão lá e passam um pichezinho. Assim fizeram na Pitinga, numas três ou
quatro ruas; quando faltava uma semana para a eleição, encostaram o caminhão e
botaram uma camadazinha de asfalto. Eles fizeram até um mutirão, acho que nem
licitação houve. Nós até vamos examinar esse negócio.
Mas, fazendo
essa preliminares, Ver. Pestana, pergunto: como é que alguém que tem um mandato
público, que defende a causa do povo, vai ser contra a Semana da Habitação? A
não ser que ele esteja propondo a Semana da Habitação pensando no Governo que
vem, o qual vai, realmente, fazer habitação, porque, se for pensando no Governo
passado, eu diria que não está correto. Veja o seguinte: vamos pegar 16 anos,
são 10.500 casas; em relação ao Programa Entrada da Cidade, nós já conhecemos o
filme de 1988, com o Sr. Olívio Dutra. Depois, em 1992, ele foi repetido, foi
dada uma arrumadinha; em 1996, eles o fizeram colorido, pois era preto e
branco; em 2000, repetiram a cena; em 2004, deram uma melhorada e aí andaram
dizendo até que estavam fazendo três mil casas - na verdade, são trezentas e
poucas que foram entregues até agora. Faça-se justiça, cumprimentos à
Administração Municipal. É como o Projeto Socioambiental presidido pelo
Vereador eleito Carlos Todeschini, que, aliás, não se licenciou daquela
entidade nacional para concorrer a Vereador; estava lá no site que ele estava na entidade, o que é contrário à lei.
Portanto, eu
volto à matéria para dizer o seguinte: Ver. Pestana, vamos deixar isso para
discutir em outro momento. Eu gosto muito de V. Exª , mas V. Exª vai fazer um
desgaste desnecessário aqui. Querer propor a Semana da Habitação quando o seu
Governo, no final de 16 anos - em que V. Exª mesmo foi gestor do DEMHAB -, não
teve, não produziu, Ver. Ervino Besson, uma política habitacional! V. Exª é um
homem do dia-a-dia, da luta desta Cidade, sabe do que estamos falando; não é
com nenhum desdém, com nenhuma demagogia! Na verdade, o Brasil não tem uma
política habitacional. Fernando Henrique não teve, Sarney não teve, o Governo
do Collor não teve, e o Governo do Presidente Lula também não tem!
O Fundo da
Moradia está no Congresso Nacional, o Ver. Carrion conhece bem essa matéria, há
anos está lá, não tramita, não sai, porque os Governos não dão prioridade. E eu
reconheço que na municipalidade, só com o dinheiro dos cofres públicos
municipais, é muito difícil, por quê? Porque vai faltar dinheiro para o
recolhimento do lixo, para o asfalto. Então, não vamos “tapar o sol com a
peneira grossa”, Ver. Raul Carrion. Essa é uma ação que não vai ser realizada
em nenhum Governo só com o dinheiro da municipalidade, tem de ser nacional e
internacional.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Sebastião Melo, eu gostaria de dizer, até porque participo do
Conselho Nacional das Cidades, que foi aprovado, sob o Governo Lula, um Projeto
que, há mais de dez anos, vegetava nas gavetas, que é o que criou o Fundo Nacional de Habitação de Interesse
Social, criou o Conselho Gestor desse Fundo e criou o Sistema Nacional de
Habitação. E, no Conselho da Cidade, foram aprovadas as diretivas. Então,
evidentemente, não é com um estalar de dedos que se muda, mas com o Governo
Lula está-se constituindo, criando-se, aprovando-se uma política a longo prazo,
eu creio. E, aí, o PMDB está junto no Governo Federal e certamente contribuirá
com essa política nacional, junto com a política estadual; tem de ser nos três
níveis, exatamente. Grandes avanços estão nas perspectivas do nosso povo. Muito
obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Para concluir, Vereador.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu espero que, até o final do Governo do Presidente
Lula, se saia da discussão e se venha para a prática. Até agora, a gente não
tem visto isso na Habitação. Mas voltarei ao tema. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para
discutir o PLL nº 343/03.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidenta Margarete Moraes, demais Vereadores e
Vereadores, evidentemente o nosso colega Sebastião Melo é uma pessoa de
coragem. É um homem corajoso! Eu pensei que esse tema da habitação, depois que
o seu Partido assumiu o Governo do Estado, não seria mais tocado por ele. E
vamos fazer justiça: fazia alguns meses que o Ver. Sebastião Melo não falava
nesse tema. Eu estou há dois anos nesta tribuna desafiando o Ver. Sebastião
Melo, vai acabar esta Legislatura, e, infelizmente, eu não vou ter a
oportunidade ímpar de conhecer uma casa - eu não estou falando das mil casas
por ano que ele diz que a gente faz - que este Governo construiu em Porto
Alegre. Uma! Porque o Vereador sabe que é de competência do Município, do
Estado e da União. A Secretaria Estadual de Habitação não construiu nenhuma
casa em dois anos em Porto Alegre!
O Secretário é
o Sr. Alceu Moreira, do Partido do Ver. Sebastião Melo. Por essa razão, eu
achava até compreensível que o Ver. Sebastião Melo não tratasse mais desse
tema, mas para a minha surpresa... E por isso eu digo que é um homem de
coragem. É uma coragem, eu diria, quase enlouquecida, porque falar do que ele
não faz... Não é ele, mas o seu Partido! E ainda se queixa do que nós fizemos!
Eu quero só informar, não só ao Ver. Sebastião Melo, mas ao conjunto deste
Plenário, que nós, aqui em Porto Alegre, construímos 16 mil casas; a nossa
urbanização favoreceu 35 mil famílias, são 50 mil famílias beneficiadas com os
programas da Prefeitura de Porto Alegre.
Por essa razão
propus este Projeto de Lei, porque me orgulho daquilo que construímos em Porto
Alegre. Temos muito a mostrar e vamos propor mais uma comparação: aquilo que
fizemos e aquilo que o futuro Governo fará.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Gostaria de propor, já que o Ver. Sebastião Melo faz parte do “Partido
da mudança”, que ele vá conosco conhecer alguns dos loteamentos, alguns dos
condomínios habitacionais que nós construímos, para poder pisar em solo firme,
com asfalto bonitinho, ver as casas bem construídas. Podemos marcar antes que
assuma o seu “Partido da mudança”, com o novo Prefeito da Cidade. Obrigada.
O SR. CARLOS PESTANA: É uma boa sugestão. O Ver. Sebastião Melo cometeu
uma grande injustiça. Hoje todos os loteamentos que construímos ou estão
pavimentados ou o conjunto da sua infra-estrutura está em vias de conclusão.
Agora,
continua o desafio, Ver. Sebastião Melo! Temos ainda 40 dias antes do final do
ano, e ainda espero receber no meu gabinete um convite para a inauguração de
uma casa que o PMDB tenha construído em Porto Alegre. Uma! Não são as 16 mil
casas que construímos nesse período! Não são as 50 mil famílias que
beneficiamos, mas uma casa!
É por isso que
o Ver. Sebastião Melo resiste à idéia da Semana da Habitação!
É evidente que
vamos fazer uma Semana, vamos mostrar aquilo que realizamos, e ele não terá
nada para apresentar. E aí vai cair a máscara! É só discurso! Não tem prática
nenhuma, não tem compromisso nenhum com a população de baixa renda, não tem
política, não tem iniciativa. É um zero! É zero! Então, Ver. Sebastião Melo,
pelo menos, nos dê a oportunidade com essa Semana de mostrarmos um pouco
daquilo que já fizemos por esta Cidade durante esses 16 anos e, em particular,
nesses últimos quatro anos. É um desafio que, democraticamente, solicito a V.
Exª que aceite, que nos oportunize esses dias, no sentido de demonstrar e
apresentar para a Cidade de Porto Alegre, mais uma vez, o que a gente vem
desenvolvendo, com razoável êxito nesta Cidade. E estamos deixando para o
próximo Governo a maior obra habitacional deste País: o Programa Entrada da
Cidade. Já entregamos 432 casas,
estamos licitando 230 e temos já desenvolvido o projeto, conseguimos recursos
para o conjunto que totaliza três mil casas em Porto Alegre.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLL nº 343/03, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, nada melhor do que depois de uma eleição, fica tudo calmo no
Plenário.
Eu retorno à
tribuna em respeito ao autor do Projeto, em respeito a sua proposição. Volto a
afirmar: as diferenças, Verª Sofia Cavedon, nos qualificam nas relações. O que
azedam as relações são as descortesias, e essas eu não farei nunca na minha
vida. Eu posso discordar eternamente de um parceiro, de uma outra posição, mas
sempre terei um respeito muito grande. Então, foi um continuísmo de 16 anos,
mas agora o povo democraticamente alterou. Eu quero dizer a Verª Maristela
Maffei que não sou da base do “Governo da mudança”. Eu votei, sim, no “Governo
da mudança” e vou torcer e ajudar para que dê certo. Não vou ser daqueles que
serão contra. Eu vou torcer, ajudar para que dê certo.
Mas vamos ao
tema em tela. Eu acho que essa proposição nos remete a uma discussão mais
aprofundada, Ver. Ervino, V. Exª que é um homem do campo, um homem das lides
campeiras, homem que passou pelos balcões das padarias, que viveu nas
periferias e sabe que, Ver. Pestana, essa discussão nos remete a uma reflexão maior.
No Brasil, hoje, 86% da população brasileira vive onde? Nos grandes centros
urbanos: Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Fortaleza, Goiânia. Isso era
diferente, Ver. João Bosco, na década de 60, quando a maioria da população
vivia no campo e menos na Cidade. As cidades cresceram desordenadamente, sem
infra-estrutura, sem rede de esgoto, sem saúde pública, e o que aconteceu? Os
Governos não deram, ao longo desse processo, a evolução necessária para
construir, Ver. Pestana.
Acho que a
palavra habitação não está correta, eu qualificaria como habitabilidade,
habitação não é um termo completo, habitabilidade vai além da habitação,
porque, para habitabilidade, o sujeito tem de ter acesso a uma linha de ônibus;
ele tem de ter do outro lado, no mínimo, uma praça, que seja pequena, que seja
sem calçamento, onde a criança possa brincar; ele tem de ter um posto de saúde
que, se não funcionar nas 24 horas, funcione durante o dia, pelo menos na rede
básica, e que o médico de família possa cuidar. Por isso eu chamo de
habitabilidade.
A
regularização fundiária é, indiscutivelmente, dentro desse contexto de hoje, a
chamada Reforma Urbana, muito mais urgente, na minha avaliação, do que a
Reforma Agrária. Por isso, quando V. Exª traz à tona a discussão da Semana da
Habitação, nos proporciona entender, efetivamente, que esse tema tem de ser uma
cruzada nacional, Presidenta, da frente dos Prefeitos das Capitais das médias
cidades, Ver. Juarez, dos Governos Estaduais.
E aí V. Exª
não faz justiça com o Governo, ao qual eu me honro de pertencer, liderado por
esse grande gaúcho e caxiense: Germano Rigotto. Aliás, eu tenho dito várias
vezes desta tribuna: para governar depois do PT tem de ser arqueólogo, porque
eles deixam em ruínas. Ele pegou o Estado com 4 bilhões e 700 milhões, ICMS
antecipado, IPVA antecipado, estradas negociadas a preço vil com o Governo FHC,
parceiro do Presidente Lula, irmão siamês nas políticas monetárias, ele pegou
assim. Hoje o Estado do Rio Grande do Sul cresce disparadamente mais do que o
Brasil inteiro. E na Habitação, sim! Eu poderia, Ver. Pestana, dizer que o
conjunto de obras lá do Parque dos Maias, do Loteamento do Bosque, que V. Exª
sabe que iniciou no Governo do Olívio, estão sendo terminadas por este Governo.
Nós não somos daqueles, Ver. Pestana, que achamos que devemos abrir uma frente
nova, quando existe uma frente antiga. Não! Os Governos passam, mas as obras
que ficam do Governo anterior, primeiro, temos de terminá-las, para depois
falar em obras novas.
Então, a
Secretaria da Habitação, agora, está trazendo para o Rio Grande do Sul um
grande aporte financeiro em relação à questão do Litoral Norte. Vejam que o
próprio Ministério das Cidades, conveniado, em contrapartida, com o Governo do
Estado, assinado no Palácio Piratini, assinou também um outro conjunto de obras
que tem a parceria do Governo Federal, mas que tem a contrapartida do Governo
do Estado. Eu poderia citar, por exemplo, o caso da Atilio Supertti, onde o
nosso Governo do Estado foi parceiro para poder adquirir um terreno para aquelas
famílias que, hoje, estão lá no Belém Velho. Então, V. Exª , que é um homem
justo, correto, não pode fazer essa política de deixar de reconhecer. Eu
reconheço que o seu Governo fez 10.500 casas, reconheço que são de 32 metros
quadrados. Eu acho que este é o debate que nós podemos travar.
Agora, volto a
dizer, para encerrar, Srª Presidenta, que isso nos oportuniza um debate que é
maior do que Porto Alegre, que insere o Brasil no seu contexto: é preciso ter
uma política de habitabilidade. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 343/03.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, o Projeto de Lei que prevê uma semana
de debate, de reflexão sobre a questão da habitação em Porto Alegre é legítimo
nesta Cidade. Legítimo porque Porto Alegre é uma Cidade que conquistou, nesses
16 anos, uma média de construção e regularização fundiária que não existe em
outra cidade do País. A cidade de Porto Alegre não vai aceitar algumas mudanças
só porque ganhou um Governo aparentemente de mudança, com o nome atrás, num
biombo, que se chamou “Partido da Mudança”, em que o carro-chefe do seu
programa era manter as coisas que estavam bem: “O que é bom fica”. E, na
questão da Habitação, chegar a uma marca como a que chegou a Administração
Popular, construída junto com essa população que priorizou a habitação, é muito
difícil. Diminuir essa marca é uma mudança que a sociedade, que a Cidade não
vai aceitar; a marca de uma média de mil habitações ao ano; a marca de vários
programas de habitação que atendem diferentes necessidades em diferentes
regiões. Essa é uma marca insuficiente, é verdade, mas que não foi real e não
está sendo real na maioria das cidades deste País, nem no Estado do Rio Grande
do Sul.
A Semana da
Habitação tem o sentido de avisar que isso é bom, que isso fica e que tem de se
ampliar. Tem o sentido de garantir a discussão com a população sobre o tipo de
habitação, para que público é prioridade e como esta Cidade vai financiar essa
habitação.
Eu desafio
também aqui, Ver. Sebastião Melo, V. Exª a apresentar, com o conjunto de
Partidos que compõe o Governo Rigotto, as propostas e os projetos de financiamento
deste Estado, de viabilização do Estado do Rio Grande do Sul; desafio a
apresentar quais as políticas colocadas em curso que resolvem a situação
financeira do Estado, porque também o Governo Olívio, quando assumiu, pegou o
Estado numa situação precária, um Estado quebrado, mas conseguiu gerenciá-lo,
criar políticas novas, e políticas de proteção a quem mais precisava. No
entanto, o Governador Rigotto nada apresenta, só faz chorar as dívidas
recebidas. Portanto, não há o que comemorar em Habitação também. Agora, Porto
Alegre tem o que comemorar e não tem de não aceitar recuo nessa área, ao
contrário, tem de ter ampliação.
O que nós
estamos querendo saber - e que os Vereadores aqui da base de sustentação do
Governo Rigotto e do Governo Fogaça têm de explicar - é se serão propostas
mudanças para Porto Alegre do gênero das que estão hoje nos jornais? Da
transferência do dinheiro público para os bolsos privados? Isso é muito grave.
Essa mudança a sociedade de Porto Alegre não vai aceitar. E de quais Partidos
são os Deputados que acham muito natural passar verba de assistência social a
funcionários da Assembléia Legislativa: são do PTB, do PP, do PSB, do PMDB, do
PDT? Essa mudança não será aceita por Porto Alegre, porque a Cidade discute o
recurso público há 16 anos, incide no encaminhamento do recurso público,
fiscaliza o recurso público, constrói políticas públicas e diz para o Prefeito
e para os governantes o que fazer com o dinheiro público. Não aceita o uso
privado do dinheiro público! Portanto, Ver. Sebastião Melo, essa mudança nós
não vamos aceitar. Nós vamos estar aqui para denunciar.
E a Semana da
Habitação vem consagrar a luta e a conquista da população de Porto Alegre, que
garantiu o financiamento do Estado, que não abre mão de imposto e que concretizou,
sim, moradia popular e dignidade para a população.
O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Eu acho que Porto Alegre repudia esse tipo de atitude, mas Porto
Alegre também repudia quando o Sr. Waldomiro, nas dependências da Presidência
da República, também faz maracutaia com o dinheiro público, transferindo-o para
o interesse privado. Vamos corrigir também, vamos adendar essa petição, porque
todos os Partidos têm seus problemas. Portanto, vamos corrigir essa petição,
vamos adendá-la.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vamos corrigir. Eu quero ver qual a atitude que V.
Exª vai tomar em relação ao seu colega de Partido, no que se refere ao uso
dessa verba de assistência social. O nosso Partido tem lutado para mudar essa
destinação; não utiliza essa verba de assistência e não a utilizará. Ao
contrário; fizemos um Projeto de Lei para que ela vá para o Fundo Estadual da
Criança e do Adolescente, da Assistência Social, onde não há um recurso
colocado.
Então,
senhores, atenção para a mudança. Mudança para recuar nas conquistas de Porto
Alegre, nós não vamos aceitar.
(Não revisto
pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
discutir o PLL nº 343/03.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, Ver. Sebastião Melo, tanto é verdade que nós não somos revanchistas
e que não temos qualquer amargura para com o seu Partido que hoje, apesar do
seu discurso parecer de oposição, V. Exª é da base de sustentação do Governo
Federal. Ainda bem que V. Exª nos ajuda a varrer criaturas que não enobrecem,
em nada, a política, como esse cara chamado Waldomiro Diniz, que não era do PT,
mas, para a questão da política da construção do antipetismo, foi utilizado e
muito. O Sr. Paulo Maluf não tem Partido, tantos outros bandidos da política
não têm nome em Partido. Nós achamos que, mesmo não sendo uma pessoa filiada ao
PT, ele deveria sair imediatamente; o próprio Presidente Lula encaminhou para
que fossem realmente vistos todos os problemas que estavam ocorrendo.
Vossa
Excelência coloca sempre aqui como uma política para trabalhar o antipetismo.
Ver. Sebastião Melo, na discussão da questão da Habitação, estamos tratando
aqui da Semana de Habitação de Porto Alegre, V. Exª disse que o PT é “terra
arrasada”. Agora, V. Exª não disse que o seu Governo do Estado - do então
Governador Antonio Britto, que agora é do “Partido da mudança” - acabou com a
Cohab. E não havia um órgão com o qual pudéssemos dialogar sobre os problemas de
habitação nesta Cidade ou em qualquer parte do Estado do Rio Grande do Sul.
Então, por favor, não vamos ser tão deselegantes assim; V. Exª coloca a questão
de forma a parecer que V. Exª é o mocinho e o restante são bandidos!
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Nobre Verª Maristela Maffei, eu gostaria de saber - e votaria
favoravelmente se me explicassem - por que foi comprado o Jardim Leopoldina
pelo dobro do preço, qual a situação do Jardim Leopoldina hoje e quem levou
vantagem na Prefeitura nessa transação.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Ver. João Dib, quero dizer a V. Exª que esse não é
o tema em discussão, mas não vejo problema algum em discuti-lo. Vossa
Excelência já foi Prefeito desta Cidade e sabe muito bem que, uma semana antes
de assumirmos a cidade de Porto Alegre, foram feitas 19 mil inscrições no
DEMHAB pelo então Prefeito Alceu Collares e pelo seu Secretário Dilamar Machado
- essa foi a forma como encontramos Porto Alegre. Sobre a discussão do Jardim
Leopoldina, Vereador, não há problema algum. Vossa Excelência mesmo disse:
“Qual é mesmo o tema que está sendo discutido?” Agora, V. Exª coloca uma outra
discussão aqui, que não a do Projeto, e faz com que eu não entenda a sua
contradição nesse momento. Vossa Excelência fez um desafio e acho justo e
democrático que discutamos aqui, sim, principalmente quando o então Diretor do
DEMHAB, Ver. Carlos Pestana, também pode contribuir nessa discussão.
Não há “terra
arrasada” aqui, Vereador, porque a luta continua e a discussão também, e a
discussão é da Semana da Habitação. Isso significa que o Ver. Carlos Pestana,
por trazer essa discussão, não tem nenhum problema em discuti-lo, senão não
teria tido a altivez e a coragem de trazer esse tema para cá. Eu sei exatamente
o que há por trás da sua fala, sobre todas as discussões que passamos aqui
durante 16 anos, principalmente na gestão do Diretor Carlos Pestana, Vereador
desta Cidade. Ele teve coragem, porque é um homem sério, um Vereador que fez um
trabalho excelente, um Diretor excelente que enfrentou toda a problemática,
inclusive a do Jardim Leopoldina.
Portanto,
quero retomar aqui o que estava sendo colocado antes. Nós não temos uma
política revanchista, tanto é que a base do Governo do Ver. Sebastião Melo está
na base do Governo Federal. Apesar da destruição da política habitacional com o
Governador Britto, que era do seu Partido e que agora está no “Partido da
mudança”, nós construímos no Estado do Rio Grande do Sul, constituímos no
Governo Olívio Dutra, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, a criação da
Secretaria Estadual de Habitação e desenvolvemos uma política integrada junto
ao DEMHAB na cidade de Porto Alegre. É por isso que estamos discutindo aqui.
Agora, se é para buscarmos outras discussões, sem problemas, vamos enfrentar,
até porque sendo oposição nós vamos cobrar todos os milagres que foram
prometidos na época de eleição pelo “Partido da mudança”. Muito obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo solicita verificação de
quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Há quórum.
O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 343/03.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, uma das mais
brilhantes personalidades desta Casa, indiscutivelmente, é a Verª Sofia
Cavedon. Nós entendemos por que a Verª Sofia Cavedon tem essa cruz, esse carma,
como se diz no espiritismo, de arcar com o ônus da defesa do indefensável. Ora,
dizer que o Governador Rigotto faz o choro dos problemas herdados é uma das
maiores injustiças. O Governador Rigotto proibiu qualquer Secretário de se
referir ao Governo anterior. O Governo Rigotto trabalha exemplarmente,
agüentando um dos Governos mais incompetentes da história dessa República - e
sem fazer agressões.
A Vereadora
traz coisas muito constrangedoras, seja do meu Partido ou de qualquer Partido,
publicadas hoje no jornal. Isso pode ser até legal, mas é antiético. E todos
nós, a unanimidade das pessoas que está neste Plenário é contra isso. Ela
esqueceu de ler todo o jornal, pois ontem mesmo foi demitido o Sr. Cássio
Casseb de Lima, Presidente do Banco do Brasil, em face do seu desgaste. Após
meses de denúncias e enfrentando resistência interna, Cássio Casseb foi
substituído na Presidência do Banco do Brasil. Sabem quais são as denúncias,
Vereadores? As denúncias são de fraude, as denúncias são de problemas graves no
cerne do Governo da República. Então, como disse muito bem o Ver. Sebastião
Melo, “devagar com o andor”, porque todos os Partidos, todas as Administrações
têm problemas. E essas denúncias são muito boas para haver a depuração e o
resgate do conceito do político, que é muito ruim neste País.
Agora, criar a
semana da moradia em Porto Alegre chega ao nível da ironia, não é? Mas que
coisa, que ironia! O “calcanhar de Aquiles” dos 16 anos do Partido dos
Trabalhadores é, indiscutivelmente, o social. E, no social, a Saúde é um caos;
e, no social, a pré-escola é uma vergonha; e, no social, não é a pré-escola que
acolhe as crianças, não! É a que rejeita uma quantidade fantástica de crianças,
criando, permanentemente, índices de criminalidade insuportáveis com a rejeição
dessas crianças. No social, a questão da moradia em Porto Alegre chega a ser um
desplante; é um vexame se dizer, aqui da tribuna, que fizeram mil habitações
por ano em 16 anos! Não é verdade! Nós sabemos que não é verdade!
Desgraçadamente não é verdade, nós queríamos que fosse verdade, mas não é! É a
metade disso? Nem a metade disso! Nós sabemos dessa insuficiente e, muitas
vezes, constrangedora produção de moradias aqui na cidade de Porto Alegre.
E o que é
pior: a pergunta deixou de ser respondida! Em relação ao Conjunto Residencial
Jardim Leopoldina II, pediu-se uma CPI e sentou-se em cima dessa CPI também
aqui! Aliás, vocação do Partido dos Trabalhadores, que propõe a semana da
moradia. Sentaram em cima das CPIs - a da Saúde, a do Jardim Leopoldina - e,
agora, criam, ironicamente, a Semana Municipal da Habitação!
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Apregôo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Carlos
Pestana, ao PLL nº 343/03 (Lê.): “Altera a redação do Parágrafo único do artigo
1º do Projeto como segue: Art. 1º [...] Parágrafo Único: o Dia Municipal da
Habitação será comemorado no dia 30 de novembro em homenagem ao Departamento
Municipal de Habitação. Justificativa: da tribuna. Sala das Sessões, 17 de
novembro de 2004”.
O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para discutir o PLL nº 343/03.
O SR. RAUL CARRION: Exma Presidenta Margarete Moraes, demais
Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, especialmente o Ver. Pestana,
que elaborou este Projeto, nós queremos dizer, de forma contrária ao orador que
nos antecedeu, que nos parece que a criação do Dia Municipal da Habitação é uma
iniciativa muito importante. Eu creio que alguns Vereadores estão examinando
essa questão de um ponto de vista partidista e eleitoreiro, como se o Dia
Municipal da Habitação fosse do Governo tal ou qual. Não, Ver. Sebenelo. Veja
bem, nós temos no Brasil um grave problema estrutural no campo da habitação,
uma grande carência de moradias que não é só em Porto Alegre, é no Brasil, é no
Estado do Rio Grande do Sul e é em Porto Alegre.
Nós já temos o
Dia Municipal da Saúde, nós temos o Dia Municipal da Criança e assim por
diante. É para chamar a atenção! Nós temos o Dia Municipal - aprovado aqui, um
Projeto de minha iniciativa, Ver. Pujol, contou com o seu apoio - da Anemia
Falciforme. O que significa instituirmos um dia? Significa que nesse dia pauta
para a cidadania da nossa Cidade a problemática em questão. Então, o que deve
ser discutido é se essa problemática da habitação é relevante ou não. Como
falar em educação sem habitação? Como falar em saúde sem habitação? Como falar
em família, Ver. Ervino, sem habitação? Portanto, o tema é relevante, e o
problema é grave. Creio que não há como não ser aprovada por unanimidade essa
questão.
Quero lembrar,
Ver. Juarez, que no País faltam seis milhões de habitações, de forma absoluta,
e quinze milhões no chamado déficit quantitativo; no Rio Grande do Sul, são
mais de quinhentas mil habitações e assim por diante. Agora, correlata a essa
questão da importância do dia, foi trazida à baila a avaliação da ação do
Governo Municipal, do Governo Estadual, do Governo Nacional. E aí queria dizer
com a maior tranqüilidade, Ver. Sebenelo, que, se nós olharmos a história do
DEMHAB em Porto Alegre e o trabalho de construção, regularização, apoio ao
cooperativismo - aliás, aprovamos um Projeto sobre fomento ao cooperativismo -,
veremos que as Administrações da Frente Popular tiveram um desempenho ímpar.
São mais de cinqüenta mil famílias beneficiadas com os projetos habitacionais,
e só construção de moradias foram dezesseis mil. E não vamos esquecer o que
ainda está pela frente, que será, certamente - espero -, executado pelo novo
Governo: são mais de três mil moradias no Programa Entrada da Cidade, são mais
de mil e quinhentas moradias no Programa Socioambiental.
Se nós
compararmos isso com os Governos que os antecederam, não há como comparar!
Porque praticamente nada havia sido feito. Se compararmos, no Estado do Rio
Grande do Sul, as Administrações anteriores à Frente Popular, poderemos dizer
que a grande ação - tomemos o Governo Britto como exemplo - foi acabar com a
Cohab, é isso. Coube ao Governo Popular de Olívio Dutra criar uma Secretaria de
Habitação. Coube, agora, ao Governo Lula criar o Ministério das Cidades. Diante
disso, qual era a ação do Governo Fernando Henrique? Não existia política, não
existiam recursos, não existia um órgão nacional para tratar do assunto. Então,
seja em nível nacional, seja em nível estadual, seja em nível municipal, é
incomparável o trabalho da Frente Popular, dos Partidos do campo popular frente
aos Governos e aos Partidos neoliberais, que nada fizeram e ainda acabaram com a
Cohab! Então, independente disso, o Dia Municipal da Habitação é importante,
porque o problema existe.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Para concluir, Ver. Raul Carrion.
O SR. RAUL CARRION: Agora, se quiser discutir o trabalho feito, não há
termo de comparação. Por isso a Bancada do PCdoB apóia o Projeto do Ver.
Pestana e votará favoravelmente ao seu Projeto, contra a postura extremamente
sectária que, infelizmente, o Ver. Sebenelo, através da Bancada neoliberal do
PSDB, expõe aqui. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 343/03.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, senhoras e senhores, esse tema da
habitação é tão empolgante que justificou esta ampla discussão aqui na Casa,
que, no meu modo de entender, não se situa no objetivo da proposta do Ver.
Pestana, a que se cotejam estratégias de como enfrentar esse crucial problema
da habitação no País, especialmente da população de baixa renda. Então, eu
gostaria de não encompridar demais essa discussão e sustentar o seguinte: acho
que esse tema tão polêmico, que envolve tal grau de sensibilidade e de
discussão, se agasalharia muito bem nesta Semana Municipal da Habitação
proposta pelo Ver. Pestana, em que, quem sabe, a gente pudesse discutir com
mais profundidade ainda esse momentoso problema da Cidade, do Estado e do País.
Esse é um
problema que pode ocasionar conflitos sociais muito fortes, se não houver, por
parte das pessoas responsáveis em todas as esferas da Administração, desde o
Município até a União, a responsabilidade e a sensibilidade para com o momento
especial que vivemos, com a população brasileira cada vez tendo a sua renda
menor, com o poder aquisitivo do
povo caindo cada vez mais, com maior dificuldade ainda de acesso à casa
própria, se não houver uma retomada, em bases sérias e sólidas, de um processo
habitacional de construção de moradias populares, que, neste País, começou a
claudicar desde a infeliz decisão da extinção do Banco Nacional da Habitação,
que propiciou a esta Nação, nos anos de sua existência, cerca de vinte anos,
aproximadamente quatro milhões de habitações, Ver. Dib, que ainda hoje se
encontram espalhadas por este Brasil afora, a quase totalidade já com os
contratos devidamente honrados pelos seus prestamistas e incorporados ao
patrimônio pessoal de cada um.
Há poucos
dias, eu estive na Vila Farrapos e observei que ainda há algumas coisas a serem
feitas lá em termos de regularização jurídica. No resto, aquele conjunto
habitacional, que foi o primeiro a ser construído no Rio Grande do Sul sob a
égide do BNH, cumpre rigorosamente com as suas finalidades. É uma população
consolidada, as casas já passaram de pai para filho, e, com alguns ajustes
urbanísticos e de ordem legal que precisam ser feitos, nós teremos um bairro
mais do que consolidado na cidade de Porto Alegre.
É preciso que
haja outras tantas vilas farrapos na Cidade, outras restingas, outros tantos
conjuntos habitacionais que realmente agasalhem esse sem-número de pessoas que
buscam alternativas para a aquisição da casa própria e que não as têm
encontrado nos últimos tempos, em função do que eu entendo ser um equívoco - e
coloco isso com o maior respeito possível - da atuação do Município nessa hora,
mais voltado para a emergência do que para prever a possibilidade de, de forma
normal, as pessoas terem acesso a programas específicos de aquisição da casa
própria. Bem sei das dificuldades de quem executa um programa dessa ordem em
Porto Alegre ou em qualquer cidade brasileira, pela total ausência de um órgão
financiador qualificado e ajustado para a necessidade.
Por isso eu quero, Vereadora,
concluindo, já que o relógio me adverte que o meu tempo se encaminha para a
conclusão, dizer que certamente vou votar a favor, porque vou querer que esse
debate se dê num fórum adequado. E certamente a realização de uma Semana da
Habitação nos poderia permitir não cinco minutos, mas o tempo necessário para
uma grande análise dessa situação e para o surgimento de propostas concretas,
que, ao final, haveriam de recomendar, quem sabe, Dr. Dib, uma volta ao
passado; quem sabe uma volta ao Sistema Financeiro da Habitação, ao Banco
Nacional da Habitação, aos programas de ação social, que caracterizaram um
período constantemente criticado como sendo dos anos da ditadura, os anos do
terror, os anos das dificuldades, da quebra da liberdade, esquecendo-se de
dizer que, nesse período, se teve liberdade para construir milhares, milhões de
casas para o povo brasileiro, como efetivamente ocorreu, pelos vários agentes
do BNH espalhados por todo o Brasil, dos quais o DEMHAB era o instrumento em
Porto Alegre. Era isso, Srª Presidente.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, logicamente que a proposta feita com toda a sintonia pelo Ver.
Pestana tomou uma outra conotação, inclusive um debate de ordem
político-ideológico se estabeleceu neste plenário. Logicamente, com todo o
respeito aos Vereadores que até este momento, principalmente os de oposição,
aqui permanecem, eu preciso emitir também aqui o meu juízo de valor, Ver.
Sebenelo, sobre essa questão.
Não se pode
discutir essa questão de aplicação de recursos, Ver. Sebenelo - meu amigo
pessoal -, na área social com seriedade se não aprofundarmos a discussão, e eu
tenho poucos momentos para aprofundar isso, em cinco minutos é muito difícil.
Houve na América Latina, no nosso País, que é a metade da América Latina, um
episódio marcante chamado “O Consenso de Washington”, realizado em 1989. Quando
os países ricos não tinham mais como retirar os recursos dos países pobres,
como Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, eles implementaram o Consenso de
Washington, que, basicamente, Ver. Sebenelo, abriu as nossas fronteiras no
sentido de que os produtos dos países ricos, principalmente dos Estados Unidos,
pudessem ser vendidos aqui e houve a supervalorização do valor do real: um real
valia um dólar. E qual era o objetivo? Expropriar o que sobrasse do patrimônio
público dos países pobres e fazer, Ver. Sebenelo - queria que V. Exª , com
honestidade intelectual, dialogasse comigo -, com que os países pobres
deixassem de investir no social, investir em saúde, habitação, investir em
segurança, a fim de que sobrassem recursos para o pagamento da dívida, uma
dívida absolutamente injusta, uma dívida não-ética dos países pobres para com
os países ricos.
E o Consenso
de Washington aqui no País consubstanciou-se por meio do Plano Real, Ver.
Sebenelo. O Plano Real foi o plano que mais infelicitou a vida dos brasileiros
e foi aplicado em outros países - na Argentina, com o Ministro Cavallo, com
outro nome. O Plano Real foi endossado pelo Governo Fernando Henrique Cardoso in totum. O Plano Real possibilitava o
quê? Eu quero fazer aqui uma análise muito tranqüila, sem qualquer laivo de
agressividade, uma análise correta desse processo. Foi um plano para retirar
recursos públicos, o patrimônio dos países pobres, e para que, Ver. Sebenelo,
os Municípios, os Estados e a União deixassem de fazer investimentos para
sobrar dinheiro para pagar a dívida. E quem deu guarida a esse projeto
engendrado pelo imperialismo norte-americano foi, Ver. Sebenelo, o seu Partido.
O Relator do Plano Real chama-se José Fogaça, que disse que era muito bom!
E o que se vê
hoje, Ver. Sebenelo, é que os Municípios, os Estados e a União não têm dinheiro
para investir em Habitação, em Saúde e Educação! Ver. Sebenelo, porque nós
estamos terminando um ciclo, eu gostaria muito de dialogar sobre isso com mais
profundidade. Mesmo com todas essas dificuldades, Porto Alegre conseguiu ser o
Município no País que mais investiu em Saúde; nenhum Município do tamanho de
Porto Alegre conseguiu construir tantas habitações como Porto Alegre. O que eu
quero dizer e dialogar, Ver. Sebenelo, não é nem sobre a questão de quem fez
mais ou quem fez menos; o que me chama a atenção, Ver. Sebenelo, com
honestidade intelectual e respeito pelos Vereadores de oposição, é que esse
Plano maquiavélico, que foi o Plano Real, infelicitou a vida dos brasileiros,
porque, Ver. Pujol - é esse o diálogo que eu quero fazer -, com a
supervalorização do Real, inviabilizaram-se as nossas exportações, a nossa
dívida saiu de 63 bilhões de dólares para 300 e 400 ao final do Governo
Fernando Henrique Cardoso. A dívida interna estourou; a dívida externa
estourou, e os Municípios, os
Estados e a própria União ficaram submetidos a uma dívida absurda que corrói a
alma, o sangue dos brasileiros. E, mesmo nessa conjuntura, Porto Alegre
conseguiu ser referência.
Respeito as
divergências. Tão fortes foram as divergências que, no Governo de V. Exª , a
proposta venceu a última eleição. Mas, para a História, para que fique
registrado, esse projeto de Porto Alegre conseguiu ter hegemonia nesta Cidade,
no mundo, onde a hegemonia era neoliberal, e isso é um fato inédito na política
brasileira! É um fato que vai ser posteriormente estudado, respeitado, porque
se formou aqui uma nova forma de gestão. Não houve, Ver. Sebenelo, como
conseqüência, uma derrota política, porque o Fogaça não queria, talvez, mas não
teria condições políticas de privatizar uma Corsan, uma EPTC, porque ficou um
rescaldo.
Eu queria
dizer que o Projeto é justo, o Dia da Habitação, independentemente se foi
proposto pelo Ver. Pestana ou pelo Ver. Sebenelo, para que os Governos se dêem
conta de que a população tem direito à habitação. E para justiça, Ver.
Sebenelo, quem criou o inferno - não V. Exª , que é um médico dedicado ao
próximo - foi os Partidos, inclusive o de V. Exª , foram os que construíram
esse inferno, o inferno do endividamento brasileiro, respaldando o Plano Real.
E agora nos critica, achando que nós não investimos suficientemente. Eu acho
isso uma imensa contradição e, felizmente, tive oportunidade de colocar isso
para o debate aqui com os senhores, com todo o respeito, mas também com clareza
e coragem intelectual. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João
Antonio Dib, o PLL nº 343/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) 10 votos SIM, 2 ABSTENÇÕES. Não há quórum
para votação.
Vou ler os
nomes dos Vereadores presentes: Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Beto Moesch,
João Antonio Dib, Professor Garcia, Cláudio Sebenelo, Carlos Pestana, Helena
Bonumá, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Sofia Cavedon e Maria
Luiza.
Não havendo
quórum, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h36min.)
* * * * *